Informação foi divulgada pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello, que também citou um suposto plano de atentado contra Nicolás Maduro
William Oliveira Publicado em 15/09/2024, às 08h35
A Venezuela anunciou neste sábado (14) a prisão de três americanos, dois espanhóis e um cidadão tcheco, suspeitos de estarem vinculados a um suposto plano para "desestabilizar" e gerar "ações violentas" no país. O anúncio foi realizado pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello, que também relatou a apreensão de 400 fuzis dos Estados Unidos.
De acordo com Cabello, o ministro também citou um suposto plano de atentado contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e autoridades do Executivo, após as eleições de 28 de julho. Na data, Maduro foi reeleito em meio a um clima de desconfiança e denúncias de fraude pela oposição, liderada por María Corina Machado.
"Foram recentemente detidos dois cidadãos espanhóis em Puerto Ayacucho, José María Basua e Andrés Martínez Adasme", afirmou Cabello em coletiva de imprensa.
O ministro ainda acrescentou que foram capturados um cidadão tcheco e três americanos, identificados como Wilbert Josep Castañeda, um "militar da ativa" e suposto "chefe" da operação, Estrella David e Aaron Barren Logan.
Cabello ainda afirma que o grupo faz parte do Centro Nacional de Inteligência (CNI), serviço de inteligência espanhol, e que supostamente teriam a intenção de comprar armas e cometer homicídios.
As prisões ocorrem em meio a fortes tensões diplomáticas entre o governo venezuelano e os governos da Espanha e dos Estados Unidos.
O que dizem os governos?
Até o momento, a Espanha nega categoricamente o envolvimento em uma operação para desestabilizar o país. "A Espanha nega e rejeita absolutamente qualquer insinuação de estar implicada em uma operação de desestabilização política na Venezuela", afirmou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores espanhol.
"O governo confirmou que os (dois cidadãos espanhóis) detidos não fazem parte do Centro de Inteligência Nacional ou de qualquer organização estatal. A Espanha defende uma solução democrática e pacífica para a situação na Venezuela", completou a fonte.
Já o Departamento de Estado americano, classificou como "categoricamente falsas" as acusações de que os EUA estariam envolvidos em um colúio para desestabilizar o governo Maduro. O departamento ainda confirmou que um militar americano foi detido, mas citou "relatórios não confirmados de outros dois cidadãos americanos detidos na Venezuela".
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