O Equador, localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, deixou de ser um país de trânsito para se tornar um depósito do
Redação Publicado em 03/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 21h50
O Equador, localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, deixou de ser um país de trânsito para se tornar um depósito do narcotráfico, disse a ministra do Interior, Alexandra Vela, no domingo (3).
“O processo de incursão do tráfico de drogas no país ocorrido nos últimos anos (…) vem se consolidando e fazendo com que o país deixe de ser uma mera passagem para um país onde há armazenamento interno”, disse a autoridade ao canal de televisão Ecuavisa.
O Equador apreendeu cerca de 116 toneladas de drogas entre janeiro e agosto de 2021, principalmente cocaína, em comparação com o recorde de 128 toneladas em 2020.
O país andino enfrenta uma crise carcerária há vários anos por inúmeros motivos, incluindo a violência desencadeada por uma guerra entre grupos criminosos a serviço de cartéis de drogas como o mexicano Sinaloa e Jalisco Nueva Generación.
Membros dessas gangues trocaram tiros na terça-feira (28) em uma penitenciária do porto equatoriano de Guayaquil (sudoeste), deixando pelo menos 119 presos mortos, o que constitui um dos piores massacres penitenciários da história da América Latina.
Até agora, em 2021, os distúrbios nas prisões no país deixaram 238 mortos, de acordo com dados oficiais.
Vela destacou que “o que está acontecendo dentro das prisões no momento é uma luta aberta entre duas gangues ou grupos criminosos, às vezes três e quatro estão dentro da prisão, para controlar a cadeia e os mercados do tráfico”.
O Equador tem 65 presídios com capacidade para cerca de 30.000 pessoas ao todo, mas são ocupados por 39.000, uma superpopulação de 30%. Um terço de todos os presos tem relações com o narcotráfico, segundo analistas.
O especialista equatoriano em segurança e tráfico de drogas Freddy Rivera disse à AFP que o país é “estratégico” para os traficantes porque tem uma economia dolarizada e cinco portos marítimos para tentar exportar drogas para os Estados Unidos e Europa.
Também é favorável porque tem “uma enorme fragilidade institucional, permeada pela corrupção e pela infiltração do crime organizado nas instituições de segurança, justiça e prisionais”, completou.
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G1
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