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Argentina

Argentina estabelece linha telefônica para denúncias contra coação em manifestações

A ministra Sandra Pettovello anunciou nas redes sociais que apenas os manifestantes que bloquearem ruas terão seus cadastros em programas sociais cancelados

Javier Milei. - Imagem: Reprodução | Bloomberg/Erica Canepa
Javier Milei. - Imagem: Reprodução | Bloomberg/Erica Canepa

Marina Milani Publicado em 21/12/2023, às 08h29


Em antecipação ao aniversário dos protestos violentos de 20 de dezembro de 2001 na Argentina, o governo de Javier Milei anunciou a criação de uma linha telefônica (134) para denúncias de líderes sociais que possam estar coagindo beneficiários de planos sociais a participar de manifestações. O contexto atual do país, marcado por alta inflação e pobreza, evoca memórias dos protestos de 2001, que resultaram em 39 mortes e na renúncia do então presidente Fernando de la Rúa.

A medida, anunciada pelo Ministério do Capital Humano, visa auditar organizações sociais para garantir a entrega direta de planos sociais, eliminando a intermediação na distribuição de auxílio do Estado a setores vulneráveis e desempregados. O governo argumenta que a linha telefônica (134) estará aberta para aqueles que se sintam ameaçados por líderes políticos ou dirigentes que busquem forçar a participação em protestos.

A ministra Sandra Pettovello destacou nas redes sociais que apenas aqueles que participarem de protestos e bloquearem ruas terão seus cadastros em programas sociais cancelados. A identificação dos participantes será realizada por meio de câmeras de reconhecimento facial instaladas na cidade de Buenos Aires.

O governo também estabeleceu um protocolo 'antipiquete', restringindo manifestações apenas às calçadas e proibindo o bloqueio de ruas. Aqueles que desrespeitarem as regras serão identificados e perderão a assistência do Estado. As forças de segurança envolvidas na operação terão permissão para portar armas de fogo, e medidas adicionais incluem o registro de organizações participantes, proibição de protestos com rostos cobertos ou envolvendo crianças, e notificação à Migração sobre estrangeiros temporários que participem.

As manifestações planejadas para o 20D são organizadas contra o pacote de medidas econômicas anunciadas pelo governo de Milei, e ações como a criação da linha telefônica buscam controlar potenciais conflitos e garantir a livre circulação no país.

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