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Tite ataca falta de criatividade em nova convocação da Seleção

As presenças de Daniel Alves, Guilherme Arana, Bruno Guimarães, Claudinho e Raphinha na convocação de Tite para os próximos jogos da seleção brasileira

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Redação Publicado em 13/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h19


As presenças de Daniel Alves, Guilherme Arana, Bruno Guimarães, Claudinho e Raphinha na convocação de Tite para os próximos jogos da seleção brasileira sugerem a busca por uma equipe mais criativa do que aquela vice-campeã da Copa América.

Em 2016, ainda no início de sua trajetória como técnico da Seleção, Tite explicou, numa entrevista a este jornalista, por que considerava seu sistema um 4-1-4-1, e não um 4-3-3, apesar dos desenhos serem muito semelhantes:

– O da direita é um meio-campista, não um atacante. Eu gosto de ter quatro meio-campistas no time, independentemente do desenho, porque acho que o jogo se define nesse setor.

Tite se referia à posição ocupada por Philippe Coutinho e Willian. Além dos quatro meio-campistas – Casemiro, Renato Augusto, Paulinho e Coutinho –, a equipe ainda desfrutava da capacidade criativa dos laterais Daniel Alves e Marcelo/Filipe Luís, sem falar de Neymar.

As seleções são o produto final dos projetos nacionais de futebol, e não o contrário. Como consequência da carência na formação de jogadores criativos, o Brasil chegou a entrar em campo em 2021 com quatro atacantes, dois laterais de pouca colaboração ofensiva e apenas dois meio-campistas, ambos de características defensivas.

Claudinho comemora a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 — Foto: Reuters

Claudinho comemora a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 — Foto: Reuters

A sensação na Copa América, mesmo nos momentos de bom desempenho da Seleção, foi de uma equipe mais distante da preferência do próprio Tite e também da possibilidade de cumprir a ideia de futebol do treinador, de imposição, protagonismo e maior posse de bola.

É possível identificar uma similaridade entre as principais novidades na lista para os jogos contra Chile, Argentina e Peru. Cada um em sua posição, pode tornar a Seleção mais criativa. Daniel Alves é um lateral-direito-meio-campista. A saída de bola pode ser condicionada por ele, inclusive na atração de adversários para abrir espaço de movimentação.

Arana ganhou a vaga de Renan Lodi na função do lateral-ponta, aquele que recebe carta branca para atacar. A versatilidade do atleticano, entretanto, permite que Tite dê a ele outras atribuições. Bruno Guimarães disputou a Olimpíada com mais liberdade do que Douglas Luiz para se aproximar da área adversária. Por isso, na ausência de meias ofensivos estabelecidos, sua presença na Seleção principal se torna mais importante que a do companheiro.

Claudinho pode ser Coutinho no posicionamento e na função. O meia que parte do lado para o centro. Ele ainda precisa demonstrar a mesma naturalidade para receber e ditar o ritmo em espaços curtos, mas enquanto Coutinho não conseguir retomar o bom futebol, é importante que Tite o conheça de perto. Assim como Raphinha, atacante de lado que jogará do lado direito quando o lateral-esquerdo for ponta (Arana), mas poderá ser deslocado dependendo da composição da equipe.

Até mesmo Matheus Cunha, atacante versátil capaz de atuar de costas para o gol e gerar jogo e espaço, pode ser considerado um acréscimo criativo.

De todos esses, o único titular imediato deve ser Daniel Alves. Os demais terão de encantar nos treinamentos. Porque, gostemos ou não, é assim que trabalha essa comissão técnica. É possível ganhar espaço apenas treinando? Sim. Especialmente se Tite sair de cada sessão com a sensação de que tem, no banco de reservas, jogadores capazes de fazer o Brasil jogar como ele gosta. Com meio-campistas. Com criatividade.

Daniel Alves põe a medalha de ouro acima da cabeça na comemoração da conquista das Olimpíadas de Tóquio — Foto: REUTERS/Thomas Peter

Daniel Alves põe a medalha de ouro acima da cabeça na comemoração da conquista das Olimpíadas de Tóquio — Foto: REUTERS/Thomas Peter

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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