Nada como o tempo. Depois de terminar em 10° na Olimpíada do Rio, Ana Marcela Cunha decidiu mudar. Determinada a ser campeã olímpica na maratona aquática, a
Redação Publicado em 15/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h53
Nada como o tempo. Depois de terminar em 10° na Olimpíada do Rio, Ana Marcela Cunha decidiu mudar. Determinada a ser campeã olímpica na maratona aquática, a baiana passou por um processo de amadurecimento pessoal e profissional, além de uma cirurgia para corrigir um problema de saúde. Cinco anos depois, Ana Marcela saboreia a glória, obtida há duas semanas em Tóquio, com o tempo de 1h59min30s08.
– Hoje sou uma Ana Marcela muito mais madura e ambiciosa. Uma Ana Marcela que virou uma atleta ainda mais profissional depois de uma cirurgia para curar uma doença autoimune. Enfim, uma Ana Marcela que sempre quis muito isso aqui – disse a campeã olímpica.
A trajetória para o ouro começou a ser construída pouco depois da Rio 2016. Quatro meses antes daquela Olimpíada, a maratonista aquática descobriu que sofria de um problema sanguíneo que diminuía as suas plaquetas, o que a deixava muito sensível a pancadas e lesões.
– Fizemos vários exames para detectar o problema. Investigamos até a possibilidade de ser um câncer. Foram meses de apreensão e incerteza do que vai acontecer – contou o pai de Ana Marcela, George Cunha.
Descoberto o problema, a maratonista aquática foi submetida a uma cirurgia para a retirada do baço em outubro de 2016. Recuperada, ela ganhou mais dois Campeonatos Mundiais nos anos seguintes e foi eleita pela sexta vez a melhor maratonista aquática do planeta. Faltava só a medalha olímpica.
– Era um título que estava faltando. Eu já fiquei triste comigo mesmo muitas vezes e não queria mais isso – comentou a atleta.
A pandemia adiou os sonhos, mas a missão foi cumprida da melhor forma em 2021, em Tóquio, na terceira Olimpíada da carreira. Durante os 10km de prova, Ana Marcela se alternou na liderança da maratona aquática até a confirmação do seu domínio nos quilômetros finais antes da batida na madeira da chegada.
– No sprint final eu sabia que estava muito bem. Estava mais administrando aquela vantagem até a chegada do que me matando para chegar em primeiro. Tive a frieza de me manter quietinha e fazer o que eu precisava para vencer – disse ela.
Com o ouro olímpico em mãos, Ana Marcela já traça seu próximo objetivo antes da busca pelo bicampeonato em Paris 2024.
– Apesar de tudo, ainda falta uma coisa, que é ser campeã mundial da prova dos 10km, que é a metragem olímpica. Sou campeã dos 5km e dos 25km, mas dos 10km ainda não fui. Então vou buscar isso em breve – frisou.
Sobre o seu exemplo de perseverança, ela dá um conselho aos mais jovens.
– Acreditem sempre nos seus sonhos, porque a glória é para quem busca os seus objetivos – finalizou.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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