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O adeus de Walewska: aos 41, campeã olímpica joga última Superliga

Os últimos passos, agora, são diários. Aos 41 anos, Walewska se prepara para dar adeus às quadras. Campeã olímpica com a seleção brasileira em 2008, a central

O adeus de Walewska: aos 41, campeã olímpica joga última Superliga
O adeus de Walewska: aos 41, campeã olímpica joga última Superliga

Redação Publicado em 29/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h23


Referência de toda uma geração, central disputa última competição da carreira no Praia Clube: “Estou me despedindo a cada dia. E não poderia ser em outro lugar”

Os últimos passos, agora, são diários. Aos 41 anos, Walewska se prepara para dar adeus às quadras. Campeã olímpica com a seleção brasileira em 2008, a central estreia em sua última Superliga nesta sexta-feira. Com o Praia Clube, onde voltou a brilhar na reta final de sua carreira, tenta se despedir com um novo troféu. A equipe entra em quadra às 18h, contra o Pinheiros, em casa.

Na equipe de Uberlândia, Walewska se reafirmou como uma das maiores centrais da história do vôlei brasileiro. Na temporada 2017/2018, foi o pilar da primeira conquista do clube na Superliga. Depois, passou um ano no Osasco, mas retornou à cidade mineira para seus últimos anos como profissional. O lugar perfeito, segundo ela, para a despedida.

Waleska em meio a Jineiry e Carol na disputa da Supercopa — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Waleska em meio a Jineiry e Carol na disputa da Supercopa — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

– Eu me sinto abençoada por ter tido a oportunidade de conhecer tantas pessoas que fizeram e fazem parte do que me tornei hoje, como pessoa e atleta. Sou grata a todos os anjos que Deus colocou na minha vida e na minha carreira. Estou fechando um ciclo e iniciando outro, com todo o amor do mundo. Estou me despedindo a cada dia. E não poderia ser em outro lugar. Praia Clube está dentro do meu coração e merece todas as vitórias que pudermos conquistar – afirma.

Ainda que um título coroasse a despedida, Walewska diz que esse não é seu maior objetivo. Para a central, a conquista será consequência de um longo trabalho.

– Nós trabalhamos diariamente para conquistar títulos. Não vejo uma razão maior ou acima da nossa dedicação e merecimento para que isso aconteça. Esse não é meu principal objetivo, encerrar com o título. O título será a consequência do nosso trabalho em equipe.

Walewska em ação pelo Praia na última temporada — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Walewska em ação pelo Praia na última temporada — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

O Praia Clube, porém, chega credenciado pelo início de temporada perfeita. A equipe de Uberlândia venceu seu maior rival, o Minas, nas três competições que disputou até aqui. Venceu o Campeonato Mineiro, a Supercopa e levou o título inédito do Sul-Americano. Wal, porém, diz que as conquistas já estão no passado.

– Os títulos foram super importantes e o Sul-Americano, inédito para o clube, ficarão com certeza na história da equipe. Mas já fazem parte do passado. Nós temos que construir uma nova trajetória em um campeonato muito diferente do que já disputamos nessa temporada. Temos que pensar em cada adversário por vez e nos adaptarmos a todos em um curto espaço de tempo. Quem conseguir chegar no fim dessa jornada mais forte será um grande candidato ao título – disse a central.

Walewska, com a faixa na cabeça, festeja com a seleção em Pequim — Foto: AP

Walewska, com a faixa na cabeça, festeja com a seleção em Pequim — Foto: AP

Walewska diz que o vôlei mudou muito desde que começou a jogar. A central chegou à seleção em 1997, quando algumas de suas maiores referências, como Ana Moser, davam adeus. A geração da conquista do bronze de 1996, em Atlanta, ainda serve de inspiração para a central.

– Tive o privilégio de conhecer e jogar com a geração de 96. Aprendi a me comportar como atleta com essa geração. Que sorte a minha. Elas são até hoje minhas inspirações. Eu me declaro sempre porque são muito importantes na minha vida.

Fruto de um estilo de jogo diferente, Walewska não vê nenhuma outra central com características parecidas. “Venho de uma geração em que as centrais eram passadoras e defensoras, isso não existe mais”, diz. Mas, ao olhar para trás, não há espaço para querer mudar algo.

– Sempre me preocupei em me dedicar ao máximo para que meu desempenho fosse o melhor possível. Minha consciência e minha disciplina ditaram sempre o caminho da minha carreira. Todo o meu comprometimento refletiu na quadra e nas jogadoras que compartilharam desse processo ao meu lado. Como fiz o meu primeiro teste aos 12 anos, podemos dizer que foram 30 anos dentro do vôlei. Olhando para trás, só posso dizer que sou um atleta realizada e grata por tudo o que aconteceu nesses anos de dedicação.

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Globo Esporte

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