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Destaque da seleção brasileira de vôlei sentado foi descoberta em programa de televisão

A seleção brasileira de vôlei sentado chega em Tóquio com a meta de conquistar mais uma medalha em Paralimpíadas. Nos Jogos Rio 2016, a equipe feminina

VOLEI
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Redação Publicado em 15/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h46


A seleção brasileira de vôlei sentado chega em Tóquio com a meta de conquistar mais uma medalha em Paralimpíadas. Nos Jogos Rio 2016, a equipe feminina conquistou o bronze em um jogo disputadíssimo contra a Ucrânia. Na capital japonesa, o primeiro desafio será contra o Canadá no dia 27 de agosto. Um dos destaques será Luiza Fiorese, que embarca para a sua primeira participação depois de apenas dois anos de treinamento.

– Estar na seleção é um sonho muito grande realizado! – contou Luiza.

O encontro com esporte paralímpico aconteceu no finalzinho de 2018. Luiza foi convidada para conhecer o vôlei sentado depois de uma participação no programa “Encontro com Fátima”.

No estúdio, a capixaba contou como enfrentou e superou o osteossarcoma, um tipo de câncer ósseo. Do outro lado da tela, a jogadora Gizele Costa Dias ficou vidrada ao ver uma garota tão alta. A titular da seleção não teve dúvidas e deu um jeito de falar com Luiza.

– Foi muito engraçado porque eu sou uma espectadora assídua da TV Globo, eu estava zapeando e caí na Fátima Bernardes. E vi aquela garota entrando: deficiente e alta para caramba. Falei: “Eu vou chamar essa menina” – recordou Gizele.

A capixaba já tinha sido atleta de handebol, e a saudade das quadras estava apertando. As dores no joelho, sintoma do tumor, surgiram justamente quando ela representava a equipe de sua cidade natal, Venda Nova do Imigrante. No total, foram seis anos afastada do esporte para cuidar da saúde.

– Na hora que ela me mandou essa mensagem, eu sabia que era pra mim! Eu sabia que era o momento certo para eu voltar. Eu sabia que já tinha esperado muito tempo – disse Luiza.

Por conta do osteossarcoma, Luiza precisou amputar parte da perna esquerda aos 15 anos. No lugar, ela colocou uma endoprótese, o que é a tornou elegível para praticar e fazer parte de uma equipe paralímpica. O convite para participar de um treino de vôlei sentado chegou na hora certa.

Luiza na época em que era atleta da equipe de handebol de Venda Nova do Imigrante — Foto: Arquivo pessoal

Luiza na época em que era atleta da equipe de handebol de Venda Nova do Imigrante — Foto: Arquivo pessoal

– Hoje eu não sou mais a menina do câncer, eu sou a menina da seleção brasileira. Não é porque eu tenho um pedaço de ferro dentro da minha perna que eu vou me condicionar a sonhar pequeno. Eu quero sonhar muito grande, quero sonhar muito alto – contou a jogadora.

Entre a mensagem convidando para um teste e a convocação passaram-se aproximadamente dois anos – um deles cheio de restrições por conta da pandemia do novo coronavírus. Um período curto para atingir os níveis exigidos no alto rendimento, mas Luiza surpreendeu e deu conta do recado.

– Ela é um fenômeno. Em um ano e meio, ela conseguiu evoluir tecnicamente e taticamente de uma forma tão boa, de uma forma tão grande, que vai estar presente conosco nos Jogos de Tóquio – falou Antônio Guedes, técnico da seleção feminina.

A 16ª edição das Paralimpíadas será disputada em Tóquio entre 24 de agosto e 5 de setembro. Serão 4400 atletas de 168 países disputando medalha em 22 modalidades.

– Eu acho que esse é o bonito do esporte, ele conseguiu devolver a capacidade de me sentir útil de novo, de me sentir… Sentir que os meus sonhos não acabaram – comentou a estreante.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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