Foram quase 10 anos na natação convencional. Até que um técnico teve o estalo. Uma vez feitos os testes de elegibilidade, Gabriel Bandeira descobriu-se um
Redação Publicado em 18/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h01
Foram quase 10 anos na natação convencional. Até que um técnico teve o estalo. Uma vez feitos os testes de elegibilidade, Gabriel Bandeira descobriu-se um atleta paralímpico da classe S14, para pessoas com deficiência intelectual. A transição fez desabrochar um novo fenômeno das piscinas. É esperança real de medalhas nas Paralimpíadas de Tóquio.
A primeira competição a nível nacional foi disputada apenas em fevereiro de 2020. Subiu ao pódio, quebrou recordes e conquistou índice para os Jogos. Em maio do mesmo ano, no primeiro evento internacional, foi ouro em seis provas com direito a recorde das Américas. Desempenho que impressionou e animou a comissão técnica da seleção brasileira.
– Hoje, o Gabriel, ele está entre os 3 melhores atletas em todas as provas. Tanto no 100 borboleta, nos 100 costas, nos 100 peito, nos 200 livre e nos 200 medley. E, com ele no revezamento – o revezamento do Brasil 4×100 livre misto foi quarto colocado no mundial -, eles também sobem nas brigas pelas medalhas disponíveis, ouro, prata ou bronze – disse o técnico Alexandre Vieira.
Gabriel praticou natação convencional por quase 10 anos. Tinha o diagnóstico de hiperatividade e déficit de atenção. Uma vez classificado também como deficiente intelectual e apto a competir no esporte paralímpico encontrou-se como atleta profissional.
– Você passou sua vida inteira sem ter uma deficiência. Aí quando você descobre uma deficiência, muda um pouco, né? Eu acho que a família tem muito medo ainda do olhar dos outros, do preconceito, né? – ponderou Alexandre.
– Para mim, eu estava num… tipo assim, as pessoas falavam que eu era um pouquinho diferente, mas… eu estava meio atrasado também na escola também, então… tinha algumas coisas que eu percebia que eu estava um pouquinho diferente, mas pra mim estava normal. Que era a minha realidade, né? – disse Gabriel.
Agora a realidade do nadador é a de um atleta paralímpico de elite que pode ajudar muito na meta brasileira de manter-se no Top 10 das Paralimpíadas de Tóquio – meta alcançada nas últimas três edições do evento. Na Rio 2016 foram 72 pódios, com conquista de medalhas em todos os dias de competição.
As Paralimpíadas serão disputadas de 24 de agosto a 5 de setembro. Gabriel será um dos 260 atletas (incluindo atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro) a representar o Brasil.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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