A frase “nada como um dia após o outro” pode explicar um pouco do momento de Antônio “Cara de Sapato” Jr. O lutador paraibano começou 2021 demitido do UFC
Redação Publicado em 03/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h19
A frase “nada como um dia após o outro” pode explicar um pouco do momento de Antônio “Cara de Sapato” Jr. O lutador paraibano começou 2021 demitido do UFC após perder em 23 de janeiro sua terceira luta seguida na organização, onde atuava no peso-médio (até 84kg). Na última quarta-feira, Cara de Sapato se sagrou campeão meio-pesado (até 93kg) na Professional Fighters League (PFL), colocou seu primeiro cinturão na cintura, emendou quatro lutas sem perder e botou US$ 1 milhão na conta. Se alguém ainda duvida se existe vida pós-UFC, Sapato tem um recado.
– Eu também achava isso (que não tinha vida pós-UFC), isso que é engraçado. Mas hoje vejo que estou não só mais feliz, estou também mais realizado, e financeiramente melhor do que estava no UFC. O UFC foi bom para mim durante um tempo, mas não só tem vida fora do UFC, mas tem uma vida muito boa, talvez até muito melhor. Inclusive, se eu tivesse convite para voltar, jamais iria – disse o lutador de 31 anos ao Combate.
Cara de Sapato abriu a temporada 2021 na PFL com uma finalização para cima de Tom Lawlor ainda no primeiro round, o que lhe deu seis pontos na temporada regular. Na sequência, um “no contest” com Vinny Magalhães colocou apenas um ponto na conta, mas suficiente para lhe deixar na liderança na ida para a semifinal. No duelo com o então campeão Emiliano Sordi, Sapato venceu uma batalha de três rounds para levar nos pontos. E foi campeão ao finalizar Marthin Hamlet no primeiro round.
– Meu sonho era conquistar esse cinturão, fiquei extremamente feliz, realizado, principalmente depois do que passei nos últimos três anos, com três cirurgias depois de três lesões graves. Isso estava me deixando bem para baixo, e junto vieram as derrotas, não estava conseguindo performar do jeito que eu queria (…). Às vezes a cabeça queria, mas o corpo não respondia, e isso me deixou num estado emocional muito abalado. Cirurgias, tempo sem treinar, tempo sem lutar, e quando lutava vinham as derrotas. Depois veio a saída do UFC e tudo isso me abalou. Conquistar esse cinturão é muito mais do que só um pedaço de metal, é realmente toda uma história, um filme de superação que passa na minha cabeça. Isso é realmente inacreditável, indescritível, um sentimento de realização muito grande. Tenho me sentido muito grato nesse momento.
Cara de Sapato também pôde colocar um prêmio gordo na conta bancária. Ele levou US$ 1 milhão com a conquista do título. O valor deve ser menor com os descontos de impostos. O lutador frisou que o prêmio é bom para ter estabilidade financeira, mas é a realização profissional que o dá mais orgulho.
– Dinheiro é muito bom, traz uma segurança, a gente consegue focar unicamente no treino, sem ficar pensando nos boletos. Principalmente hoje em dia, a gente vê muita gente ansiosa preocupada com o dinheiro, com o que vai acontecer no futuro, e o dinheiro quer queira, quer não, traz alguma estabilidade emocional. Acho que essa é a parte boa do dinheiro. Mas o que mais fala forte em mim é essa questão da realização profissional, de realizar aquilo que queria atingir, principalmente depois de ter passado por tudo o que passei. Às vezes estou aqui e me pego sorrindo sozinho porque realmente é uma grande volta por cima, e quando a gente vive isso é muito mais forte.
Em 2022, Sapato promete vir em busca do bicampeonato na PFL. Ele garante que quer continuar no plantel da organização no ano que vem.
– Com certeza (quero buscar o bicampeonato). Estou me sentindo muito bem na PFL. Quero agradecer a todo mundo na PFL, do CEO ao staff, a galera que recebe a gente no hotel, todo mundo, é uma galera muito massa, que valoriza muito a gente. Estou muito feliz de fazer parte da PFL. Sem sombra de dúvidas meu plano é voltar ano que vem e buscar o bicampeonato, mais bem adaptando à categoria e com uma performance ainda melhor.
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Globo Esporte
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