A vitória por 2 a 1 contra a Colômbia, com gols de Roberto Firmino e Casemiro (Luis Díaz abriu o marcador), deixa o Brasil na boa para seguir no Rio de
Redação Publicado em 24/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h38
A vitória por 2 a 1 contra a Colômbia, com gols de Roberto Firmino e Casemiro (Luis Díaz abriu o marcador), deixa o Brasil na boa para seguir no Rio de Janeiro – só fecha a fase de grupos (como líder) contra o Equador, no próximo domingo, em Goiânia – em busca da décima Copa América.
O placar tem digitais dos cinco anos de Tite. A engrenagem da equipe foi capaz de resolver o jogo em dia menos inspirado graças à insistência – depois de quase 700 passes trocados – e à força dos treinos incessantes de bola parada. Em jogo nervoso, foi preciso controle emocional ao Brasil, que virou com dois gols de cabeça.
O resultado foi construído com dificuldade por mérito da Colômbia. Mas serve para provocar Tite. Ele talvez ainda não sinta firmeza suficiente para emendar em seu quarteto ofensivo – seja ele com Everton Ribeiro, como iniciou nessa quarta à noite contra a Colômbia, ou com Roberto Firmino ou Gabigol na equipe, como fez antes – o quinto atacante, com Renan Lodi. Também procure ajuste e confiança para soltar mais Fred – ou sair com Lucas Paquetá mais recuado.
O que se viu na primeira etapa foi bloqueio de ideias contra a Colômbia. Além de mais inspiração, faltou à Seleção um ou dois homens a mais na área. A Colômbia tinha oito e até nove homens contra quatro, cinco, seis, no máximo. Rigorosamente até o gol de Casemiro, nos acréscimos, Mina e seus companheiros ganhavam todas na bola aérea.
O técnico da Colômbia, Reinaldo Rueda, cumpriu por 45 minutos a missão de neutralizar o Brasil, soberano no continente, como afirmaram de Ricardo Gareca, técnico do Peru, e de Gustavo Alfaro, do Equador. A rigor, o Brasil nada criou no primeiro tempo. E ainda deixou criar. Após retomada de bola, um meia colombiano deu passe vertical até a bola chegar a Cuadrado. Alex Sandro deu pequeno espaço, mas foi o suficiente para seu companheiro de Juventus levantar para golaço Luis Díaz.
É possível falar do gramado do estádio Nilton Santos – alvo número 1 de todas seleções que ali pisaram -, que provocou muitos erros de passe – Casemiro errou nove toques no primeiro tempo. Mas houve um duelo físico claramente favorável aos colombianos em campo.
Contra a Colômbia, a Seleção finalizou 15 vezes, mas apenas em quatro delas na direção do gol – os seus dois menores índices nesta Copa América. Ao mesmo tempo, trocou 645 passes, recorde particular na competição
Contra jogadores mais fortes, num gramado – olha ele aí de novo – duro, faltava velocidade, criatividade e também brilho aos jogadores brasileiros na primeira etapa. Numa rara jogada em que o Brasil teve espaço – erro colombiano no campo de ataque -, Everton Ribeiro passou a Jesus, que inverteu para Richarlison. O atacante do Everton não fintou, não driblou. Abriu e… teve o chute travado.
Seja o que for, faça o que fizer, Roberto Firmino ainda não convence muita gente na terra de Romário e Ronaldo. O atacante não se destaca por ser um velocista. Não é exatamente um definidor nato – perdeu, aliás, duas ótimas chances contra o Peru – e muitas vezes passa longe da área. O defini recentemente num perfil como um atacante como de seleção brasileira como nós nunca vimos.
O segundo tempo teve esse ajuste fino da saída de Everton Ribeiro – um buscador de espaços que encontrou muita dificuldade contra jogadores bem mais fortes – e na entrada de Firmino. Tite abriu Jesus pela direita, Richarlison na esquerda e Firmino fez o “movimento e contra-movimento de infiltração”, nas palavras do técnico.
Um lindo toque de letra, improvisado depois receber a bola atrás, deixou Neymar na cara do gol. O camisa 10 perdeu chance incrível. Antes, Firmino também iniciara outra chance para Danilo. Do lado esquerdo, Lodi, com poucos toques, ensaiava sua melhor jogada, com cruzamentos precisos.
O jovem lateral virou reserva de Alex Sandro nesses jogos desde o início de junho. Contra a Venezuela foi titular e cruzou bola perfeita para Éder Militão, mas a bola saiu por pouco. Em outra, deixou Richarlison na boa para marcar, mas ele estava em impedimento milimétrico.
Tite enxerga em Lodi outra opção de jogo, talvez contra defesas mais fechadas, pois é quando precisa arriscar mais – o que não é exatamente a norma da casa. Se entender também que a evolução defensiva de Lodi o deixe plenamente apto a substituir Alex Sandro, jogador colaborativo, mas com menos técnica na comparação ao reserva, Tite pode alterar o time.
No fim, e depois de cinco alterações, veio a mistura de talento com a repetição de treinos. Casemiro se antecipou, Mina não acompanhou e o Brasil foi mortal na batida de Neymar. O gol da virada fez vibrar o banco brasileiro. Provada pela primeira vez em cinco partidas, a Seleção mostrou força para reescrever um roteiro e conseguir virada improvável.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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