Diário de São Paulo
Siga-nos

Análise: Palmeiras piora após trocas, e bagunça no time custa pontos importantes no Brasileirão

O Palmeiras conseguiu transformar aquele que era um dos melhores jogos do Brasileirão, aberto, com chances para os dois lados, em uma derrota dolorida por 3 a

PALMEIRAS
PALMEIRAS

Redação Publicado em 08/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h40


O Palmeiras conseguiu transformar aquele que era um dos melhores jogos do Brasileirão, aberto, com chances para os dois lados, em uma derrota dolorida por 3 a 2 para o Fortaleza, no último sábado, no Allianz Parque. O resultado pode fazer o Verdão perder a liderança para o Atlético-MG.

Como isso aconteceu? Deixando pra trás um primeiro tempo com dois gols, chances criadas e muita intensidade, para ser uma completa bagunça na etapa final, com alterações equivocadas de Abel Ferreira, erros dos jogadores, ansiedade e pouquíssima inspiração.

Vale ressaltar obviamente a qualidade do Fortaleza, que a cada rodada se mostra um time muito bem treinado, corajoso e consciente do que fazer em campo. Inclusive quando ficou com um jogador a menos (Felipe foi expulso aos 24 minutos do segundo tempo). E foi justamente aí que o Palmeiras se perdeu.

Abel Ferreira em Palmeiras x Fortaleza — Foto: Marcos Ribolli

Abel Ferreira em Palmeiras x Fortaleza — Foto: Marcos Ribolli

As trocas feitas por Abel Ferreira não deram certo — e ele mesmo admitiu isso após a partida. Mas não só pelo desempenho ruim. As escolhas dos jogadores não foram as melhores.

Abel tirou Gustavo Scarpa e Raphael Veiga para as entradas de Gabriel Veron e Luiz Adriano. Depois, tirou Willian, que se movimentava mais, e colocou Deyverson, outro centroavante. Na lateral esquerda, mesmo com o reforço Joaquín Piquerez como opção, Victor Luis foi a campo e acabou expulso 30 minutos depois.

Dessa maneira, o time do Palmeiras virou uma bagunça. Ninguém para armar o jogo no meio e um monte de gente no ataque, sem qualquer organização. Dudu ainda tentou recuar para ajudar na criação, mas sem sucesso. As alterações deixaram a equipe inoperante ofensivamente.

O jogador a mais, que teoricamente favoreceria o Palmeiras, deixou o Fortaleza confortável para se defender. Uma chance apenas foi criada, após desvio na zaga, que Luiz Adriano perdeu na pequena área. Fora isso, muitos erros, cruzamentos sem sentido e jogadas inúteis.

O gol aos 49 do segundo tempo foi um prêmio para uma equipe que não se desesperou e soube ir para cima quando Victor Luis também foi expulso (aos 45). A jogada do gol, aliás, foi também um reflexo do setor defensivo durante o confronto: exposto, deixando muitos espaços e sofrendo com o bom ataque do adversário. Até Weverton falhou (no segundo gol), algo raro de acontecer.

É preciso lembrar que o Palmeiras fez sim um bom primeiro tempo na parte ofensiva, e as duas equipes protagonizaram um ótimo duelo — talvez um dos melhores do Brasileirão até agora. O que torna ainda mais injustificável a queda do time de Abel Ferreira na etapa final.

É óbvio que o Palmeiras vinha de um excelente momento, com nove vitórias seguidas, e isso tem de ser levado em conta. Mas por outro lado é preciso ter atenção ao fato de a equipe ter caído de produção justamente quando teve duas semanas livres para treinar.

O segundo tempo contra o Fortaleza não pode definir o que é o Palmeiras, mas devem alertar o time sobre a queda de desempenho justamente antes do duelo decisivo contra o São Paulo nas quartas de final da Libertadores.

E isso não cabe apenas a Abel Ferreira. Os jogadores também precisam reconhecer seus erros em campo, que foram muitos neste sábado, para evitar a eliminação diante de um rival na competição sul-americana. E como o próprio técnico disse, a chance de dar a melhor resposta possível será já na terça-feira, no Morumbi.

.

.

.

Fontes: Ge – Globo Esporte.

Compartilhe