Uma análise detalhada das contas do Palmeiras serve para desmentir um mito a respeito desta fase recente do clube: a dependência da patrocinadora. A equipe do
Redação Publicado em 18/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h16
Uma análise detalhada das contas do Palmeiras serve para desmentir um mito a respeito desta fase recente do clube: a dependência da patrocinadora. A equipe do Itaú BBA, responsável por um estudo anual das finaças dos clubes brasileiros, fez uma simulação em que as receitas com patrocínio seriam apenas 35% do que a Crefisa paga ao Palmeiras. Resultado:
“O que apuramos é que ainda assim o Palmeiras manteria o nível de geração de caixa recorrente, mesmo com os custos inflados pela receita da Crefisa. Assim, com algum ajuste de custo e corte de investimentos, o Palmeiras se manteria equilibrado.”
Receitas e dívidas do Palmeiras — Foto: Reprodução
Em 2017 o Palmeiras ultrapassou a casa dos R$ 500 milhões em receita. Houve aumento em todos os quesitos: TV, patrocínios, bilheteria e venda de atletas, o que lhe permite aproveitar o farto dinheiro do patrocinador para investir em formação de elenco – e não para fechar as contas correntes. O clube conseguiu atuar para reduzir sua dívida bancária e pagou o que devia ao ex-presidente Paulo Nobre.
O risco que o Palmeiras corre, alertam os analistas do Itaú, é o da extravagância – gastar demais, de forma desenfreada e fazer maus negócios.
O resultado desse comportamento foi um 2017 bom nas finanças, mas com resultados fracos no campo. No ano passado, o clube promoveu várias trocas de técnico, alternando profissionais que pensavam de maneira diferente.
“A gestão esportiva precisa estar atenta ao “negócio esportivo”, ou seja, à escolha certa de treinador e suporte às suas ideias, montando elencos compatíveis com elas. Precisa buscar este equilíbrio”, diz a conclusão do estudo sobre as contas do Palmeiras.
O estudo da situação financeira dos clubes nacionais divulgado ano a ano pelos analistas do Itaú BBA abre sua avaliação relativa a 2017 alertando que se repete um ciclo de “mais dinheiro, mais gastos, nenhuma preocupação com o futuro”. O relatório deste ano, divulgado com exclusividade pelo Globoesporte.com, diz que “seguimos esta jornada nos repetindo e andando em círculos”.
De modo geral, a análise chama atenção para o fato de “despesas e custos continuarem crescendo e ocupando o salto de receitas”, ao passo que “investimentos gerais não mudaram muito, nem as dívidas”. E lembra: “O Profut começará a vencer, as regras de distribuição de direitos de TV mudarão, e isso vai pressionar o fluxo de caixa dos clubes em 2019”.
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