Ludmilla foi acusada de intolerância religiosa ao exibir vídeo em sua apresentação
Ana Rodrigues Publicado em 23/04/2024, às 12h00
A deputada federal Erika Hilton (PSOL) se manifestou sobre a polêmica envolvendo um vídeo projetado por Ludmilla em seu show no Coachella, na Califórnia, Estados Unidos. A cantora, que é evangélica, foi acusada por cometer intolerância religiosa por conta de uma das imagens do clipe, que continha a mensagem "só Jesus expulsa o tranca-rua das pessoas", além da imagem de uma oferenda sendo pisada.
De acordo com o Metrópoles, a parlamentar afirmou que soube da polêmica com "tristeza e preocupação".
A realidade da nossa sociedade é a de que a intolerância e o racismo religioso existem, e estão se fortalecendo em favelas e comunidades do Brasil inteiro com o apoio das milícias, do crime, e da extrema-direita. Quando se projeta essa realidade em um show do porte do show de Ludmilla no Coachella, é necessário refletir isso", pontuou Hilton.
Mensagens como essa, sem nenhum contexto, podem criar mais danos à luta pela liberdade religiosa ao invés de ajudar a combater essa realidade de preconceito e violência contra pessoas de axé. A intolerância religosa precisa ser combatida. No nosso cotidiano, na sociedade civil, pelo judiciário, no parlamento, e nas artes também. E as vozes que alertam e trabalham contra a discriminações, sejam elas religiosa, racial, de gênero e orientação sexual, precisam ser fortalecidas", continuou.
Em seguida, a deputada pede que Ludmilla encare a repercussão do vídeo como uma oportunidade para avançar nesse debate e reparar danos causados.
Não esperem que na caminhada de pessoas negras nós nos condenemos tão facilmente quanto quem condena pessoas da nossa cor por qualquer passo errado".
Vale relembrar que Erika participou do anúncio do primeiro show de Ludmilla no Coachella. A apresentação começou com um áudio de Beyoncé e de Erika, falando em inglês sobre respeito à diversidade.
Do Rio, no Brasil, para a Califórnia, diretamente para o Coachella. Senhora e senhores: Ludmilla", introduziu Beyoncé.
Esta é minha casa. E, na minha casa, eu não vou tolerar qualquer tipo de ódio, racismo, homofobia, transfobia, xenofobia, misoginia. Este é um espaço de autovalorização, um espaço de liberdade. Todos aqui têm seu próprio valor. Respeite minha história, respeite meu povo e minha comunidade. Respeite principalmente as mulheres pretas e latinoamericanas, porque eu cheguei agora", finalizou.
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