Retiradas refletem cenário de juros e endividamento elevados
Marina Milani Publicado em 09/01/2024, às 08h28
O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (8) que as retiradas de recursos das cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 87,8 bilhões ao longo de 2023. Apesar de representar uma expressiva evasão de valores, o montante é inferior aos mais de R$ 100 bilhões que deixaram essa modalidade de investimento no ano anterior.
Segundo dados da instituição, em 2023, os depósitos totalizaram R$ 3,82 trilhões, enquanto as retiradas alcançaram R$ 3,91 trilhões. Mesmo com essa saída considerável, o estoque total dos valores depositados na poupança registrou uma queda para R$ 983 bilhões, em comparação com os R$ 999 bilhões em dezembro de 2022.
O cenário de retiradas expressivas da poupança ocorre em meio a um contexto de juros ainda relativamente altos no país, mesmo após quatro reduções consecutivas na taxa Selic, que atualmente está em 11,75% ao ano. Indicadores também apontam para um endividamento significativo da população, que atingiu 47,6% da renda acumulada nos doze meses até outubro de 2023, conforme dados do Banco Central.
A taxa de inadimplência média, embora tenha recuado para 3,4% em novembro, ainda se mantém em patamar considerável em termos históricos. Nesse contexto, o governo federal lançou em julho de 2023 o programa "Desenrola", visando a renegociação de dívidas da população, válido até março deste ano. Até dezembro do ano passado, o programa já havia possibilitado a renegociação de R$ 29 bilhões em dívidas de 10,7 milhões de pessoas.
O rendimento limitado da poupança, especialmente quando comparado a outras aplicações em renda fixa, tem contribuído para a busca de alternativas pelos investidores. Analistas apontam que investimentos no Tesouro Direto, CDBs e CDIs têm apresentado melhor desempenho, e a tendência é de que os investimentos em renda variável se tornem mais atrativos com a queda da Selic. Em 2023, o Ibovespa encerrou o ano com um ganho de mais de 22%, o melhor resultado desde 2019, influenciado pelo cenário externo e pelas perspectivas favoráveis para os mercados acionários.
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