Boletim Focus revela aumento nas expectativas para a Selic e inflação, enquanto projeções para o crescimento econômico diminuem
Sabrina Oliveira Publicado em 20/05/2024, às 12h55
O mercado financeiro revisou suas previsões para a economia brasileira, indicando um cenário de aumento nas taxas de juros e inflação, enquanto espera um menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (20), a taxa básica de juros, a Selic, deve encerrar 2024 em 10%, uma alta em relação à projeção da semana passada, que era de 9,75%. Atualmente, a Selic está em 10,5%. Há quatro semanas, a previsão era de 9,5%.
A previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também foi ajustada para cima. A nova estimativa é de 3,8% para 2024, comparada aos 3,76% projetados na semana passada e 3,73% de quatro semanas atrás. Para os anos seguintes, o mercado espera uma inflação de 3,74% em 2025 e 3,5% para 2026 e 2027.
Essas estimativas ainda se encontram dentro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% para 2024, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
PIB em Declínio
A estimativa para o crescimento do PIB em 2024 foi reduzida, passando de 2,09% na semana passada para 2,05% nesta semana. Para 2025, a previsão se mantém em 2%, assim como para 2026 e 2027.
O Boletim Focus também aponta uma elevação na previsão para o valor do dólar. Em 2024, a moeda norte-americana deve fechar o ano cotada a R$5,04, um aumento em relação à previsão de quatro semanas atrás, que era de R$ 5. Para 2025, a expectativa é de que o dólar chegue a R$5,05, e para 2026 e 2027, a projeção é de R$ 5,10.
As revisões nas previsões econômicas refletem as preocupações dos analistas com os desafios que a economia brasileira enfrenta, incluindo a necessidade de controlar a inflação sem prejudicar o crescimento econômico. O aumento da Selic visa conter a inflação, mas também pode impactar negativamente o crescimento econômico ao encarecer o crédito e reduzir o consumo e o investimento.
Essas mudanças nas previsões ocorrem em um contexto de desafios globais e internos, onde a economia brasileira ainda lida com os efeitos da pandemia, a volatilidade dos mercados internacionais e questões políticas internas. A combinação desses fatores influencia as expectativas dos analistas e as políticas do Banco Central.
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