Famílias alegam que os produtos podiam causar câncer nas crianças
Nathalia Jesus Publicado em 05/04/2023, às 11h39
A Johnson&Johnson concordou em pagar US$ 8,9 bilhões - aproximadamente R$ 46 bilhões na cotação atual - a consumidores que processaram a empresa alegando que o uso do talco para bebês poderia causar câncer e que outros produtos continham amianto na composição.
O assunto já está na Justiça há mais de 10 anos. Ao todo, os processos englobam os casos de cerca de 60 mil consumidores representados por mais de 10 escritórios de advocacia. A J&J já retirou de linha todos os produtos em pó à base de talco.
“O acordo é um testemunho para as dezenas de milhares de mulheres que lutaram tanto contra o câncer quanto contra o sistema judiciário para obter justiça para si mesmas”, afirmou Alicia O’Neill, da Watts Guerra, um dos escritórios que representam os consumidores, ao jornal Financial Times.
De acordo com o portal Metrópoles, mesmo aceitando o acordo, a Johson&Johson continuou contestando a versão dos consumidores e afirmou que as acusações não têm "base científica".
Em 2019, a J&J foi condenada a pagar US$ 4,7 bilhões de indenização a 22 mulheres que foram à Justiça contra a empresa por causa do talco. Ao longo dos anos, diversos júris já decidiram contra a empresa, inclusive, um dos casos chegou até a Suprema Corte dos Estados Unidos.
Em 2021, a Johnson&Johnson se dividiu em duas empresas, desse modo, todas as dívidas relacionadas ao processo ficaram concentradas na subsidiária LTL. A estratégia foi abrir um processo de recuperação judicial, suspendendo todas as ações.
A companhia conseguiu criar um fundo de US$ 2 bilhões para indenizar as famílias.
Segundo a J&J, o plano proposto pela LTL prevê o pagamento das indenizações em até 25 anos. Se um número suficiente de vítimas aceitar ao acordo, a Johnson&Johnson pode ser liberada das acusações.
“Resolver esse assunto por meio do plano de reorganização proposto é mais equitativo, mais eficiente e permite que os reclamantes sejam compensados em tempo hábil e que a empresa permaneça focada em nosso compromisso de impactar profunda e positivamente a saúde da humanidade”, disse o vice-presidente mundial de litígios da J&J, Erik Haas.
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