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Ifood está na mira do governo Lula; entenda

Durante evento para a assinatura de um projeto de lei, Lula mandou uma direta para a plataforma de entregas

Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Reprodução | Agência Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Reprodução | Agência Brasil

Marina Milani Publicado em 06/03/2024, às 08h14


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez uma cobrança direta ao iFood, empresa de entrega por aplicativo, durante um evento nesta segunda-feira (4). O objetivo era estabelecer normas de trabalho para os entregadores que atuam por meio de aplicativos como iFood, Uber e 99. Durante o evento de assinatura do projeto de lei complementar que busca regulamentar os motoristas de aplicativos,Lula ressaltou a importância do diálogo e afirmou que irá pressionar a empresa até que ela participe das negociações.

O presidente não poupou críticas à postura da empresa, mencionando inclusive o senador Jaques Wagner da Bahia, onde o iFood tem suas raízes. O presidente enfatizou a necessidade de garantir direitos e condições dignas de trabalho para os entregadores, destacando a importância de estabelecer um padrão remuneratório justo.

“Brinquei com o Jaques Wagner, nosso senador da Bahia, que foi governador por 8 anos e sei que o iFood é da Bahia, e o iFood não quer negociar. Pois nós vamos encher tanto o saco que o iFood vai ter que negociar para fazer aquilo que vocês fizeram junto ao transporte.”

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, endossou a posição de Lula, ressaltando que a falta de regulamentação na profissão resulta em uma "liberdade falsa" para os trabalhadores. Ele enfatizou a necessidade de uma categoria diferenciada, denominada "autônomos com direitos", para garantir condições adequadas de trabalho.

"Era exatamente o que os trabalhadores pediam: ‘nós queremos autonomia, nós não queremos estar rígidos’. O problema é que essa liberdade era uma liberdade falsa, porque os trabalhadores estavam sendo escravizados por longas jornadas e baixa remuneração.”

O projeto de lei será encaminhado para o Congresso Nacional em regime de urgência, com prazo de 45 dias para análise tanto no Senado Federal quanto na Câmara dos Deputados. Lula parabenizou a categoria dos motoristas pela mobilização e debate sobre as exigências do setor, comprometendo-se a agilizar a aprovação do texto.

Em resposta, a Uber afirmou que considera a proposta um marco e se comprometeu a acompanhar de perto a tramitação no Legislativo, reiterando seu compromisso em buscar melhorias para os milhões de brasileiros que utilizam seus serviços como fonte de renda.

A Uber reafirma seu compromisso em seguir buscando, de forma sempre equilibrada, melhorias para os milhões de brasileiros que encontraram no aplicativo novas formas de mobilidade e de geração de renda.
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