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ENERGIA

Energia elétrica dispara e puxa inflação de setembro para 0,44%

Com alta de 5,36%, a conta de luz é o maior vilão da inflação no mês

Mudança na bandeira tarifária faz conta de luz pesar mais para as famílias - Imagem: Reprodução / Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Mudança na bandeira tarifária faz conta de luz pesar mais para as famílias - Imagem: Reprodução / Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Sabrina Oliveira Publicado em 09/10/2024, às 13h32


Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,44%, impulsionado principalmente pelo aumento expressivo na energia elétrica residencial. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o encarecimento da conta de luz foi resultado da mudança na bandeira tarifária, que passou de verde para vermelha patamar 1, devido à grave seca que atinge várias regiões do país.

A variação de 5,36% na energia elétrica residencial teve um impacto significativo sobre o orçamento das famílias, sendo o principal responsável pela aceleração da inflação no mês. A bandeira tarifária vermelha adiciona um custo extra de R$ 4,46 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumido, agravando ainda mais a pressão sobre os consumidores.

O setor de Habitação, que inclui a energia elétrica, apresentou um aumento de 1,80% em setembro, o maior entre os grupos analisados pelo IBGE. Esse aumento gerou um peso de 0,27 ponto percentual no índice geral, tornando-o o principal vilão da inflação no mês. Além da eletricidade, o preço do gás de botijão também subiu 2,40%, afetando ainda mais o custo de vida das famílias brasileiras.

Outro fator que contribuiu para a alta inflacionária de setembro foi o aumento de 0,50% no grupo de Alimentação e Bebidas. Após dois meses de queda, os preços dos alimentos voltaram a subir, pressionados pela estiagem que prejudicou lavouras e impactou a produção de carnes. Produtos como carnes, frutas e legumes registraram aumentos expressivos, destacando-se o limão, que subiu 30,41%, e o mamão, com alta de 10,34%.

A alimentação no domicílio foi a mais afetada, com alta de 0,56%, enquanto a alimentação fora de casa registrou um aumento mais moderado, de 0,34%. Esses números mostram que o impacto da seca está chegando diretamente à mesa dos brasileiros, elevando o custo das refeições e comprometendo o poder de compra das famílias.

Com o resultado de setembro, a inflação brasileira acumula uma alta de 4,42% nos últimos 12 meses. No ano de 2024, o índice já acumula um avanço de 3,31%. Embora o resultado de setembro tenha ficado levemente abaixo da expectativa do mercado financeiro, que previa um aumento de 0,46%, ele mostra uma tendência de pressão sobre os preços, especialmente nos itens essenciais para as famílias, como energia e alimentos.

O setor de serviços, no entanto, teve uma desaceleração na inflação, passando de 0,24% em agosto para 0,15% em setembro, com a redução nos preços de atividades de lazer, como cinema e teatro, que registraram uma queda significativa de 8,75%. Já os preços monitorados, que incluem tarifas públicas e contratos, subiram 1,01% no mês, refletindo os aumentos na energia elétrica e no gás de botijão.

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