Diário de São Paulo
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NEGOCIAÇÃO

Após firmar acordo com credores, ações da Azul disparam a mais de 15% na bolsa de valores

Pacto resultará na conversão de aproximadamente R$ 3 bilhões em dívidas em novas ações da empresa

Após firmar acordo com credores, ações da Azul disparam a mais de 15% na bolsa de valores - Imagem: Divulgação / Azul
Após firmar acordo com credores, ações da Azul disparam a mais de 15% na bolsa de valores - Imagem: Divulgação / Azul

William Oliveira Publicado em 08/10/2024, às 14h26


Na noite de segunda-feira (7), a Azul Linhas Aéreas comunicou ao mercado que firmou um acordo estratégico com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos. Esse pacto resultará na conversão de aproximadamente R$ 3 bilhões em dívidas em novas ações da empresa, uma movimentação que rapidamente refletiu no mercado, com as ações da companhia registrando alta superior a 15% na B3, nesta terça-feira (8).

A negociação envolve a troca de 92% das obrigações atuais por uma emissão única que pode chegar a até 100 milhões de ações preferenciais. Na última cotação do dia anterior ao anúncio, as ações da Azul estavam avaliadas em R$ 5,75, o que sugere que a nova emissão poderia somar um valor próximo a R$ 575 milhões, caso tivesse ocorrido naquela data.

Esse novo entendimento substitui o acordo estabelecido no ano passado, que previa o pagamento dos R$ 3 bilhões em parcelas trimestrais por meio da emissão de ações ao valor de R$ 36 por unidade, com início no terceiro trimestre deste ano e término em 2027. Na época do antigo acordo, as ações eram negociadas por volta de R$ 15.

Em comunicado oficial, a Azul destacou que "esses acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro". A companhia também informou que as negociações continuam com os credores dos 8% restantes das obrigações pendentes.

Segundo analistas do JPMorgan, a emissão dos novos papéis representa uma diluição aproximada de 23% para os acionistas existentes, com base no valor das ações na segunda-feira.

Guilherme Mendes, analista do banco, observou em relatório que o anúncio veio próximo das expectativas de uma diluição entre 20% e 25%. Ele ressaltou ainda que o "anúncio veio quase em linha com as expectativas sobre uma possível diluição de 20% a 25%".

"Damos boas-vindas ao anúncio, pois ele remove as pressões de curto prazo sobre um possível pedido de recuperação judicial da empresa", concluiu.
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