O dólar recuperou as perdas registradas no início da sessão e voltou a operar acima dos R$ 4,10 nesta terça-feira (28), chegando a bater R$ 4,14, em meio à
Redação Publicado em 28/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h35
O dólar recuperou as perdas registradas no início da sessão e voltou a operar acima dos R$ 4,10 nesta terça-feira (28), chegando a bater R$ 4,14, em meio à cautela diante das incertezas com o cenário eleitoral doméstico predominando no mercado, de acordo com a Reuters.
Às 13h30, a moeda norte-americana subia 1,20%, vendida a R$ 4,1300. Na máxima do dia, a divisa atingiu R$ 4,1454, segundo o ValorPro.
O dólar turismo era vendido a R$ 4,2950, sem cobrança de IOF.
Na véspera, a moeda fechou em queda, em um movimento favorecido pelo acordo comercial entre Estados Unidos e México que ainda promovia a busca pelo risco no exterior nesta terça-feira, segundo a Reuters.
Esse bom humor chegou a pesar sobre a moeda norte-americana contra o real no início do dia, mas perdeu força no mercado doméstico diante da apreensão eleitoral.
“Se o cenário externo não estivesse favorável, o dólar aqui estaria ainda mais pressionado. Há muita coisa pela frente”, avaliou para a Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, referindo-se às eleições.
Na véspera, o Supremo Tribunal Federal (STF) informou que analisará em julgamento virtual em setembro um recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra uma decisão do plenário da corte que negou habeas corpus ao petista no início de abril.
Está previsto ainda para esta terça-feira o julgamento, pela primeira turma do STF, de denúncia que pode tornar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) réu por racismo e manifestação discriminatória contra quilombolas, indígenas e refugiados.
Embora não haja qualquer tipo de impedimento à candidatura de Bolsonaro à Presidência caso se torne réu, a situação amplia a cautela dos investidores devido a um cenário de insegurança jurídica.
No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas e se mantinha próximo da mínima de um mês após o pacto entre EUA e México para reformular o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). A moeda norte-americana também perdia valor ante a maioria das divisas de países emergentes, como o peso chileno.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de setembro, no total de US$ 5,255 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,57%, vendida a R$ 4,0812. No ano, o dólar acumula alta de mais de 24%, segundo o ValorPro. Na última semana, a moeda dos EUA subiu quase 5%.
A recente disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Exportadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.
Outro fator que pressiona o câmbio é a perspectiva de elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes.
A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado irá ficar testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.
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