Campos Neto ressaltou a importância de diferenciar proximidade com independência de atuação
Marina Roveda Publicado em 14/02/2023, às 12h35
Na segunda-feira (13), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), afirmou que fará o que estiver ao seu alcance para aproximar a instituição do governo.
“O BCé uma instituição de Estado, precisa trabalhar com o governo sempre. Estamos sempre abertos a colaborar. Vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para aproximar o Banco Central do governo”, frisou ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Ao ser indagado sobre a relação que tinha com ex-ministros e ex-integrantes do governo Bolsonaro, Campos Neto enfatizou a importância de diferenciar proximidade com independência de atuação. “Acho que é importante analisar o que foi feito em termos de atuação”, comentou.
Na sequência, Campos Neto citou a maior subida da taxa de juros em um ano eleitoral da história brasileira, duas vezes maior que a ocorrida em 2001, para reforçar sua independência no cargo. A Selic iniciou o ano em 2% e, em cinco meses, saltou dez pontos percentuais no último ano. “Se o Banco Central tivesse leniente, se quisesse participar politicamente, não teria subido o juro, teria até feito até uma política para estourar a inflação, mas foi uma coisa que não fez”.
Roberto Campos Neto, foi indicado em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro(PL) para a presidência da instituição. Ele ainda acrescentou que todo começo de governo é seguido de crescimento na taxa de juros.
“Outra coisa que é importante, a gente tem alertado em todas as atas, o problema fiscal que existe. E era muito comum no passado, quando a gente alertava, em todas as PECs, começou na emergencial, na kamikaze, na PEC dos Precatórios, cada vez que o Banco Central alertava, olha, tem alguma coisa fiscalmente que está gerando ruído, tem uma coisa que viola o teto. Toda vez que o Banco Central fazia isso, o ministro Paulo Guedes, reclamava. A gente vê que isso é um processo”, completou.
As declarações do presidente da instituição acontecem em um momento onde o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz uma série de críticas à manutenção da taxa de juros de 13,75%.
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