Além das enchentes, tornados de menor intensidade foram registrados em alguns municípios, causando danos adicionais e dificultando as operações de socorro
por Marina Milani
Publicado em 13/05/2024, às 07h35
No sul do Brasil, a situação climática continua crítica neste domingo (12), com o retorno das chuvas torrenciais que elevaram novamente o nível dos rios na região. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul alerta que praticamente todos os grandes rios do estado estão em tendência de elevação, agravando ainda mais a pior catástrofe climática já registrada em sua história.
Após uma breve redução, o Rio Guaíba, que já cobria vastas áreas da capital Porto Alegre, voltou a subir devido às fortes chuvas desde sexta-feira, devendo ultrapassar os cinco metros. As enchentes históricas que assolaram o Rio Grande do Sul desde o final de abril já afetaram mais de dois milhões de pessoas, deixando um rastro de 146 mortos, 806 feridos e 131 desaparecidos.
Segundo a Defesa Civil, mais de 619 mil pessoas tiveram que deixar suas casas devido à catástrofe, atribuída por especialistas da ONU e do governo federal às mudanças climáticas e ao fenômeno do El Niño. Outros rios continuam transbordando e subindo, como é o caso do Rio Taquari, que ameaça novamente a cidade de Muçum, ainda se recuperando da devastação provocada por um ciclone em setembro.
Além das enchentes, a Lagoa dos Patos, com saída para o Atlântico, está em níveis muito elevados, aumentando o risco de inundação nas áreas costeiras. Em Pelotas, a prefeita Paula Mascarenhas fez um apelo urgente para que a população desocupe as casas em áreas de risco.
Enquanto isso, a situação em Porto Alegre permanece crítica, com áreas ainda inundadas. O Instituto Nacional de Meteorologia prevê chuvas intensas nas próximas horas, com mais de 100 mm por dia em algumas regiões, aumentando o risco de grandes inundações e deslizamentos de terra, principalmente no nordeste do estado.
Além das enchentes, tornados de menor intensidade foram registrados em pelo menos dois municípios do Rio Grande do Sul, como Cambará do Sul, onde casas foram destelhadas e outros danos foram relatados. Embora não seja uma das áreas mais afetadas pelo desastre ambiental, o município enfrenta dificuldades devido aos bloqueios em estradas e acessos em cidades vizinhas.
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