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Pior crise em 40 anos

Seca histórica na Bacia Amazônica coloca nove países em estado de emergência

No Amazonas, as chuvas ficaram até 350 mm abaixo do normal, colocando 62 municípios em situação de emergência

Seca histórica na Bacia Amazônica - Imagem: Reprodução | Agência Brasil
Seca histórica na Bacia Amazônica - Imagem: Reprodução | Agência Brasil

Marina Milani Publicado em 26/12/2023, às 08h02


Um estudo do Centro Científico da União Europeia revelou que todos os nove países da Bacia Amazônica enfrentaram os menores volumes de chuva em mais de 40 anos durante os meses de julho a setembro de 2023. A seca afetou significativamente os rios e a biodiversidade, especialmente nas cabeceiras dos rios Solimões, Purus, Juruá e Madeira, na região centro-sul do estado do Amazonas, até os países mais ao sul da floresta, Peru e Bolívia.

No Amazonas, as chuvas foram de 100 a 350 milímetros abaixo do normal, aproximadamente a metade do esperado para a região. A situação se agrava com uma série de ondas de calor entre agosto e novembro, elevando as temperaturas para recordes nessa época do ano, com máximas de 2°C a 5°C acima da média histórica.

O boletim de estiagem mais recente, divulgado pelo governo do Amazonas, confirma que todos os 62 municípios do estado permanecem em situação de emergência. Mais de 630 mil pessoas já foram afetadas pela seca, agravando diversos problemas.

Entre as principais consequências apontadas pelo estudo estão o risco à vida dos animais, o aumento do perigo de incêndios e os níveis fluviais extremamente baixos, prejudicando a mobilidade nas comunidades ribeirinhas e o acesso a bens essenciais.

O Centro Científico da União Europeia destaca a urgência de uma resposta regional abrangente, transcendendo as fronteiras nacionais. As previsões indicam que as condições mais secas e quentes devem persistir em 2024, principalmente devido à continuidade do fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico.

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