Faltando um mês para o final do ano, o Sistema Cantareira operava nesta quarta-feira (17) com 26,4% de sua capacidade, abaixo do nível projetado (30%)
Redação Publicado em 18/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h56
Faltando um mês para o final do ano, o Sistema Cantareira operava nesta quarta-feira (17) com 26,4% de sua capacidade, abaixo do nível projetado (30%) para dezembro pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do governo federal ligado ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI).
Apesar de novembro ser historicamente o quarto mês mais chuvoso para o Cantareira, a primeira quinzena registrou apenas 21,8% das chuvas previstas para o período. Os dados são da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O volume atual do Cantareira (26,4%) é semelhante aos 27,3% de dezembro de 2013, ano pré-crise hídrica. Para ser considerado normal, o volume do manancial tem de estar com pelo menos 60% de sua capacidade.
Em 2013, o Cantareira acumulava 930,4mm de água até outubro. Este ano, o número em outubro era menor: 842,1mm.
Em nota, a Sabesp informa que não há risco de desabastecimento na região metropolitana de São Paulo neste momento, mas reforça a necessidade do uso consciente da água.
“A projeção para a região metropolitana de São Paulo aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada.” (Leia a nota completa abaixo)
O baixo nível do Cantareira já mudou a operação da Sabesp, que reconhece a redução da pressão nas casas por um período maior. Com isso, relatos de torneiras secas em casa cada vez mais cedo têm se multiplicado entre os moradores da capital e região metropolitana.
E a tendência é que esse cenário se agrave. A situação atual do Cantareira e a redução de chuvas apontam para a falta de água no ano que vem, de acordo com o especialista em gestão de recursos hídricos e professor de pós-graduação em ciência ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP) Pedro Luiz Côrtes.
“Conforme prognosticado, as chuvas do início da primavera começam a diminuir. O nível do Sistema Cantareira continua diminuindo, apesar de um aumento das chuvas em outubro e da retomada da transposição da Bacia do Paraíba do Sul. A redução das chuvas em novembro é bastante significativa e causa preocupação reforçando a perspectiva de problemas de abastecimento em 2022“, afirma.
A bacia Paraíba do Sul passou a operar em 2018, após a crise hídrica. Além disso, o consumo de água diminuiu 12% na região metropolitana desde a crise de 2014 e 2015, de acordo com a Sabesp.
Apesar desses fatores, estamos nesta quarta-feira (16) com 37% de volume total de água acumulado em todos os reservatórios que abastecem a Grande São Paulo. No mesmo dia de 2013, esse volume era de 45,7%.
O Cantareira é o maior reservatório da região metropolitana de São Paulo e abastece 7,2 milhões de pessoas. Atualmente ele opera em faixa de restrição, ou seja, com volume útil acumulado igual ou maior que 20% e menor que 30%, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA).
Na prática, a mudança de faixa de alerta para o de restrição diminui a quantidade de água que Sabesp pode retirar do reservatório. Depois da fase de alerta, a próxima é chamada de fase especial, quando o sistema tem volume útil menor que 20%.
Em julho de 2014, quando houve a crise hídrica, o Sistema Cantareira chegou a zero. Abaixo dele, havia o volume morto, que não foi projetado, originalmente, para uso.
Trata-se de uma reserva com 480 bilhões de litros de água situada abaixo das comportas das represas do Cantareira. A Sabesp passou a operar bombeando água do volume morto. Até então, essa água nunca tinha sido usada para atender a população. Em outubro de 2014, o volume do Cantareira chegou a 3,6%.
Além do Cantareira, os outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo são: Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço. Juntos, eles abastecem 21 milhões de pessoas.
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G1
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