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Esporte, ferramenta de inclusão social

JAP - Jogos da Advocacia Paulista - Imagem: Reprodução | Gazeta de Bebedouro
JAP - Jogos da Advocacia Paulista - Imagem: Reprodução | Gazeta de Bebedouro
Adriana Galvão

por Adriana Galvão

Publicado em 31/08/2023, às 06h30


É preciso abandonar o que nos separa e abraçar o que nos une. Talvez não exista atividade social mais agregadora que o esporte, a despeito das rivalidades que suscita, ao meu ver rivalidades saudáveis salvo surtos pontuais de fanatismo. Na verdade, o esporte é dotado de um poder inigualável, que vai muito além de seus efeitos positivos sobre a saúde física e mental das pessoas.

Em geral, as autoridades públicas deveriam destinar outro olhar para o esporte, enxergando-o como ferramenta de cooperação e de inclusão. Limitações orçamentárias quase sempre alvejam o esporte na distribuição dos recursos públicos. Não considerar o esporte uma prioridade é um erro grosseiro, tanto mais em um país tão desigual quanto o Brasil.

Garantir acesso ao esporte a todas as pessoas, independentemente de origem social, gênero, idade ou eventual deficiência, é sinônimo de inclusão, pois esportistas são antes de tudo menos vulneráveis a problemas de saúde: o esporte beneficia diretamente aqueles cujo acesso a serviços médicos é precário. Além disso, o ambiente esportivo quebra barreiras sociais e culturais, aumenta a autoestima e gera confiança a cada passo de superação. 

Os governos - nas esferas municipal, estadual e federal - não podem mais perder oportunidades de desenvolver políticas públicas que promovam a inclusão por meio do esporte, como atividades monitoradas por profissionais de educação física em comunidades de baixa renda, construção de praças equipadas para o esporte e campanhas educativas para a prática esportiva. O esporte ainda merece mais atenção em nossas escolas.

A capacitação de educadores físicos e treinadores é indispensável. Lembremos que os esportes coletivos contribuem para o desenvolvimento do pensamento estratégico. Já as artes marciais atrelam-se a valores como disciplina e respeito, especialmente aos mais velhos. O esportista aprende a vencer e a perder, a cair e levantar-se.

Na qualidade de presidente de uma entidade de classe, a CAASP (Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo), cito nossa experiência em levar o esporte aos advogados e advogadas de todo o Estado, afinal, trata-se de uma classe profissional tão diversa quanto é a própria sociedade brasileira, e para qual ações inclusivas também são necessárias.

Realizaremos na cidade de Bebedouro (SP), de 6 a 10 de setembro, os 1ºs Jogos da Advocacia Paulista, o JAP. Mais de mil advogados e advogadas de todo o Estado estarão competindo em 15 modalidades num evento pioneiro, inspirado nas Olimpíadas e que primará pela organização detalhista e uma estrutura de apoio completa, em termos de praças esportivas, alojamento e transporte, afora atividades de lazer.  Não se tem notícia de ação agregadora tão ampla no seio da advocacia.

Iniciativas como essa, nascidas em instituições de classe, ONGs e em ambientes corporativos da iniciativa privada, podem servir de modelo ao Poder Público, que trouxe ao país a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, mas quase nada faz para fornecer às comunidades carentes oportunidade de inclusão por meio do esporte.

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