Uma Gentileza Que Não Compensa

A embaixadora dos EUAno Brasil, ainda que respeitando a soberania nacional, solicitou às autoridades brasileiras que não permitissem aos navios atracarem, sob justificativa de que no passado, tais embarcações teriam facilitado o “comércio ilegal e atividades terroristas”, além disso o Irã sofre sansões pelos americanos, sob alegação de atos de terrorismo e violações aos Direitos humanos.

Apesar da solicitação, no domingo, 26 de fevereiro, pouco tempo depois da visita do presidente Lula aos EUA, Itamaraty desconsiderou pressão norte-americana e autorizou que Iris Makran e Iris Dena, dois navios de guerra iranianos, atracassem em porto no Rio de Janeiro, pelo período de 26 de fevereiro a 04 de março. A autorização foi assinada por Carlos Eduardo Horta Arentz, vice-almirante de vice-chefe do Estado-Maior da Armada.

A hospedagem do perigo no quintal de casa aconteceu sob críticas de quem teme pelo abalo nas relações comerciais do Brasilcom os EUA. A decisão também suscitou crítica de diversos segmentos e autoridades, no Brasil e no exterior, incluindo EUA e Israel. Eduardo Bolsonaro, em discurso na Câmara, criticou a autorização concedida, afirmando que o único país da América Latina que se rende aos apelos iranianos é o Brasil. O senador americano Ted Cruz também se manifestou em suas redes sociais condenando a estadia dos navios na cidade maravilhosa. Para ele, a permissão pode ter resultados perigosos e configuram-se como uma ameaça direta à segurança da terra do Tio Sam. E completa:

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Esses navios de guerra iranianos já estão atracados e, portanto, o porto do Rio de Janeiro onde aportaram agora corre o risco de sanções incapacitantes, assim como quaisquer empresas brasileiras que lhes prestaram serviços ou aceitaram pagamentos [...] (Site G1). 

Além disso, o regime iraniano é responsável por uma repressão brutal e violenta contra seu próprio povo, declarou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA. O Irã vem massacrando manifestantes que protestaram contra a prisão de uma jovem, que acabou vindo a óbito. O motivo da prisão? Ela estaria usando o véu de modo incorreto.

A hospedagem de uma potência que enriquece urânio para armas nucleares formou dupla com uma festa comemorativa dos 120 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Irã, na fragata Iris Dena. A cerimônia correu sob sigilo, restrita a diplomatas dos dois países e sob proibição de divulgação de imagens do evento. O que eles têm a esconder?

Prestar apoio ao Irã representa um paradoxo e o contraditório, já que o Brasil luta por garantir os direitos às minorias, por garantir a segurança da mulher, mantém o respeito à qualquer profissão de fé; já o Irã desrespeita tudo o que representa os Direitos Humanos para o Brasil, prendendo, torturando, oprimindo, e executando mulheres, cristãos e gays, por exemplo, além de alimentar o conflito entre Ucrânia e Rússia, fornecendo armas aos russos.

O governo brasileiro parece pensar que minorias só têm valor no Brasil, mas no Irã são escória e podem destratadas. Mas o que esperar de um governo que busca defender e apoiar ideologias esquerdistas e esforça-se para atender a uma agenda global totalitarista, progressista e de esquerda? E esse “beijinho-beijinho” não é de hoje. Desde 2000, a diplomacia com o Irã foi um dos pontos a que o governo Lula deu atenção, para elevar o Brasil no cenário internacional.

O prazo para partida dos navios era 04 de março; apesar disso as repercussões e consequências dessa hospedagem estão longe de terminar.