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Culpado ou inocente: As repercussões do caso de abuso envolvendo o padre julio lancellotti

Padre Júlio Lancellotti - Imagem: Reprodução | YouTube
Padre Júlio Lancellotti - Imagem: Reprodução | YouTube
Agenor Duque

por Agenor Duque

Publicado em 25/01/2024, às 07h36


Uma das notícias de maior repercussão nas redes sociais desde o dia 20 de janeiro está relacionada ao padre Julio Lancellotti.

O religioso é acusado de se masturbar durante uma chamada de vídeo com um menor de idade. O caso veio à tona após reportagem da Revista Oeste, que teria afirmado que o trabalho de dois peritos constatou a autenticidade e não adulteração das imagens do vídeo e confirmando que são mesmo do padre Julio Lancellotti, que enquanto interage com o adolescente alterna o enquadre da câmera ora no próprio rosto ora no órgão genital.

No último dia 5 (sexta), o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, teria enviado um ofício solicitando ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite, que lhe enviasse detalhes sobre os casos em que Lancellotti estaria envolvido; o pedido foi atendido no último dia 21 (domingo).

O caso não é o primeiro e, infelizmente, se pode afirmar que não será o último. Não é de hoje que entidades religiosas têm sido abaladas por escândalos que envolvem os mais diversos tipos de abusos, inclusive aqueles envolvendo questões sexuais. Como ocorre em todas as instâncias, sempre haverá pessoas corretas e que levam a sério seus ofícios e funções, executando-as com caráter sem mácula; mas, infelizmente, há também aqueles que usam de suas funções e posições a fim de prejudicar e aproveitar-se daqueles de quem deveriam cuidar e pastorear, tendo como exemplo o próprio Cristo. Tem muita coisa boa acontecendo no meio religioso (mesmo sem repercussão), mas os aproveitadores têm surgido tal qual ninhada de coelhos e, com isso, aumentam os escândalos e crimes cometidos por religiosos no mundo todo.

Os criminosos estão em entidades públicas, privadas, de terceiro setor. Abusos acontecem em todo lugar com mais frequência do que se pensa. O ser humano é mau e, quando entregue aos desejos do próprio coração, passa a agir conforme seus desejos e sentimentos, tornando-se capaz das maiores atrocidades.

Obviamente que não se pode prescindir do aspecto espiritual característico do final dos tempos e que envolve o sistema deste mundo. A Bíblia já advertiu de que no final dos tempos, à medida que o retorno de Jesus a esta terra se aproximasse, o amor de muita gente esfriaria, os indivíduos seriam cada vez mais egoístas, amantes de si mesmos, abusadores em todos os sentidos e tornar-se-iam traidores de pai, mãe e irmãos a fim de livrar a própria pele ou para satisfazer-se. Este é o espírito que paira neste mundo que, segundo a Escritura Sagrada cristã “está mergulhado no Maligno”.

E ainda, em nota, a igreja afirmou que “A Arquidiocese lamenta não ter sido informada devidamente sobre tal assunto e que o mesmo seja instrumentalizado politicamente”, uma referência à menção de vários jornais brasileiros que fizeram questão de mencionar que as acusações contra Lancellotti partiram muito mais de indivíduos de direita (em geral, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro) e opositores do atual (des)governo. Além disso, a esquerda repercutiu nas redes sociais a frase “Protejam o padre Julio Lancellotti”.

Uma denúncia deverá ser encaminhada à arquidiocese de São Paulo, contendo todo material reunido sobre o caso para análise da instituição. Em resposta a um veículo de comunicação, a igreja católica teria afirmado não haver recebido quaisquer informações a respeito das acusações contra Lancellotti e que esperará que isso ocorra a fim de tomar providências e fazer cumprir “o que estabelece a norma”.

As acusações são graves, e o(s) culpado(s) precisa(m) ser punidos com justiça e sem viés político. 

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