por Agenor Duque
Publicado em 11/03/2024, às 05h21
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, durante uma aula magna na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) recentemente, declarou a necessidade de combater o que chamou de "uso abusivo" da religião na política, lançando mais uma investida contra os cristãos e conservadores, e cantando ao coro da esquerda progressista, que ataca frontalmente a liberdade de expressão e de crença, pilares fundamentais da democracia e revelando ainda mais a postura anticristã que permeia as elites socialistas brasileiras.
Essa retórica, no entanto, não é nova. Barroso já se manifestou em várias ocasiões com uma clara hostilidade em relação à presença da religião na esfera política e mostrou-se sempre contrário às pautas conservadoras. Em 2016, concedeu habeas corpus para revogar a prisão preventiva de funcionários de uma clínica que realizava aborto, alegando que não é crime a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. Em 2017, votou para que o Ensino Religioso seja facultativo nas escolas. Em 2021, proibiu a entrada de missões religiosas em terras de tribos indígenas isoladas, prejudicando-os e privando-os dos benefícios das ações realizadas pelas missões. No mesmo ano, disse que há "um cristianismo do mal” no Brasil.
Em 2024, disse que manifestantes do 8/1 misturaram religião com ódio e agressividade. Recentemente, negou o pedido da Frente Parlamentar evangélica para tirar as drogas da agenda de votações e, além das afirmações no evento da PUC-Rio, sobre combater o uso da religião na política, o ministro defendeu novamente a descriminalização do aborto, exatamente no Dia Internacional da Mulher, mostrando uma clara preferência por agendas progressistas em detrimento dos valores conservadores.
Barroso é reconhecido como judeu pela comunidade judaica por ser filho de mãe judia, porém declarou que não segue a religião judaica formalmente e afirma ser espiritualizado, e meditar algumas vezes por dia, mas não religioso. Em entrevista, ele disse:“Tenho uma religião feita por mim mesmo: tem Torá, Evangelhos, Buda, Aristóteles, Kant (...) e influência de textos de uma organização espiritual chamada Brahma Kumaris, de filosofia oriental".
Sendo de origem judaica, foi procurado mais de uma vez desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, para endossar abaixo-assinados e notas de repúdio contra a barbárie desencadeada no dia 7 de outubro, porém lavou suas mãos como Pôncio Pilatos. Sua postura relativista em relação à religião, onde ele próprio afirma ter uma fé "feita por si mesmo", mostra uma desconexão com as tradições e os valores morais que moldaram a civilização ocidental.
Ao tentar suprimir a influência da religião na política, Barroso parece ignorar o papel fundamental que a religião desempenha na orientação moral e ética de uma nação e, parece estar querendo responder publicamente às palavras proferidas por Michelle Bolsonaro na manifestação do dia 25/02, na avenida Paulista: “Sim, por um bom tempo fomos negligentes ao ponto de dizer que não poderiam misturar política com religião. E o mal tomou conta e ocupou o espaço. Chegou o momento, agora, da libertação.”
E a pergunta que fica é: Que atitude os deputados e senadores cristãos, sejam eles católicos ou evangélicos, irão tomar diante das falas de um ministro arrogante que afronta reiteradamente as igrejas e o cristianismo??? Estaremos aguardando atentos.
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