O exército do Gabão anunciou nesta segunda-feira (7) um golpe para retirar do poder o presidente Ali Bongo e "restaurar a democracia" no país da África
Redação Publicado em 07/01/2019, às 00h00 - Atualizado às 09h01
O exército do Gabão anunciou nesta segunda-feira (7) um golpe para retirar do poder o presidente Ali Bongo e “restaurar a democracia” no país da África Ocidental. Porém, mais tarde, um porta-voz do governo afirmou que quatro militares foram presos e que a “situação está sob controle”.
O anúncio da tentativa de golpe foi lido na emissora pública de rádio e televisão por um militar que se identificou como tenente Obiang Ondo Kelly, comandante da Guarda Republicana e presidente do Movimento Patriótico. Ele estava acompanhado de outros dois homens armados e com boinas verdes. Segundo ele, o Movimento Patriótico preservaria a integridade da nação.
Governo do Gabão diz que prendeu militares que tentaram tomar o poder
Um toque de recolher foi imposto na capital, Libreville, segundo a Associated Press. Tanques militares e veículos armados patrulharam a cidade na costa do oceano Atlântico. A internet foi cortada.
Mais tarde, o porta-voz do governo, Guy-Bertrand Mapangou, afirmou que quatro dos cinco militares que anunciaram o golpe militar foram presos e que um era procurado pelas forças de segurança. “A tranquilidade voltou, a situação está sob controle”, disse o porta-voz à AFP.
Mapangou afirmou à Efe por telefone que a normalidade será restaurada em uma prazo de cerca de três horas.
A União Africana “condenou fortemente” a tentativa de golpe.
O presidente Ali Bongo, no poder desde 2009, está fora do país desde outubro. Há relatos de que ele sofreu um derrame. Recentemente, Bongo se dirigiu a seus compatriotas em uma mensagem de Ano Novo filmada no Marrocos, onde ele recebeu tratamento médico.
Bongo tomou posse como presidente para seu segundo mandato de sete anos em 2016, após uma disputada eleição que foi seguida por violentos protestos.
Embora a justiça tenha validado os resultados da disputa eleitoral, a oposição considerou a decisão judicial “tendenciosa” e que “ignorar claramente os pedidos urgentes de transparência lançados pela comunidade nacional e internacional”.
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