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Kamikaze: como o ‘vento divino’ virou sinônimo de suicídio

Imagem Kamikaze: como o ‘vento divino’ virou sinônimo de suicídio

Redação Publicado em 07/07/2022, às 00h00 - Atualizado às 08h15


Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada pelo Senado na quinta-feira (3), que concede uma série de benefícios sociais em ano eleitoral, ganhou o apelido de PEC Kamikazepelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Analistas dizem que a proposta pode levar a uma piora da percepção de risco da economia brasileira e a uma desvalorização do real, tendo potencial para provocar mais inflação. Ou seja, uma proposta desenhada para trazer algum alívio para o bolso da população pode acabar agravando a situação financeira das famílias.

O nome faz referência a uma estratégia de guerra do Japão na 2ª Guerra Mundial, em que o piloto do avião se matava durante o ataque.

Avião japonês durante um ataque kamikaze contra navios americanos nas Filipinas em 1944 — Foto: U.S. Navy

Avião japonês durante um ataque kamikaze contra navios americanos nas Filipinas em 1944 — Foto: U.S. Navy

A palavra kamikaze, de origem japonesa, é a junção dos termos ‘divino’ (kami) e ‘vento’ (kaze). Segundo a enciclopédia Britannica, a expressão foi usada pela primeira vez em 1281 para descrever tufões que protegeram o Japão de uma invasão mongol.

Durante a 2ª Guerra Mundial, kamikaze era o nome dado aos pilotos que se jogavam, com o avião, contra um alvo militar. Historiadores explicam que essa foi a resposta do Japãopara enfrentar as aeronaves dos Estados Unidos, que tinha maior poder de combate.

A maioria dos aviões eram caças comuns, carregados com bombas ou tanques extras de gasolina, que eram pilotados deliberadamente para colidir com seus alvos. O piloto cometia suicídio para garantir o sucesso do ataque. Mesmo quando atingidos, alguns conseguiam continuar guiando o avião e chegar até o alvo.

Piloto kamikaze momentos antes de explodir ao tentar atingir um navio americano em outubro de 1944 — Foto: U.S. Navy

Piloto kamikaze momentos antes de explodir ao tentar atingir um navio americano em outubro de 1944 — Foto: U.S. Navy

O historiador Michael Anderson explica que essa atitude não era exatamente um ato de fanatismo ou desespero dos japoneses, mas sim algo mais próximo do modo de vida dos samurais. “Com um grande senso de dever, a cultura dos samurais deu aos pilotos kamikazes o conceito de honra em suas ações”, escreveu Anderson no artigo “Kamikazes: entendendo os homens por trás do mito”, publicado no International Journal of Naval History.

Segundo a Força Aérea dos EUA, foram por volta de 2.800 ataques kamikazes na 2ª Guerra Mundial, que afundaram 34 navios, danificaram outros 368 e mataram quase 10 mil marinheiros e soldados americanos.

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