O plantão judiciário do Rio determinou, no fim da noite deste sábado (5), a soltura do violoncelista Luiz Carlos Justino, preso desde quarta-feira, segundo
Redação Publicado em 06/09/2020, às 00h00 - Atualizado às 14h24
O plantão judiciário do Rio determinou, no fim da noite deste sábado (5), a soltura do violoncelista Luiz Carlos Justino, preso desde quarta-feira, segundo informações da coluna do Ancelmo Gois . O músico faz parte da Orquestra de Cordas da Grota desde os 6 anos de idade. Luiz Carlos deve ser liberado ainda neste domingo. O maestro Marcio Selles conta que ele estava trabalhando, há contrato para provar, no momento e na hora do crime do qual ele está sendo acusado.
Neste sábado, cerca de 20 músicos da Orquestra reuniram-se em frente ao presídio para pedir liberdade ao violoncelista. Empunhando cartazes com dizeres como “respeite a favela” e “justiça para Luiz”, os manifestantes tocaram diversas músicas por mais de uma hora.
O violoncelista Rodrigo Soares, de 25 anos, disse que a manifestação tem o objetivo de chamar atenção para o caso, a fim de provar que Luiz foi preso injustamente. “A gente vivia ensaiando e ele pretendia entrar na faculdade de música. Acredito que isso foi motivado por preconceito, porque ele foi levado sem sequer deixarem ele se explicar”.
Márcio Paes Selles, de 65 anos, que foi o professor de música de Luiz desde que ele tinha seis anos de idade, não tem dúvidas de que o rapaz não cometeu o roubo de que é acusado. “Disseram que ele teria levado um celular e R$170. Ele teria sido reconhecido em uma foto. Mas nunca foi fichado antes! Conheço ele e toda a sua família há muito tempo. Ele nunca deu nenhum tipo de problema”.
A mãe do músico, Angélica da Costa, de 40 anos, também compareceu à manifestação. Ela não fala com o filho desde quarta-feira. “Recebi a notícia de que ele tinha sido levado para a 76ª DP por volta de 20h. Até agora não conseguimos entender o que é a acontecendo”, lamentou.
Luiz era o segundo mais velho entre os seis irmãos. Casado há cinco anos, com uma filha de três anos, era responsável por sustentar sua família. Segundo a mãe, era brincalhão e só vivia para a música.
Entre lágrimas, a esposa Mariana Soares do Nascimento, de 18 anos, confessou que ainda está em choque. “Ele levantava cedo todos os dias por saber que tinha uma filha para sustentar. Foi acusado de um crime que não cometeu!”
Empunhando cartazes com os dizeres “respeite a favela”, “chega de racismo” e “justiça para Luiz”, a orquestra se apresentou por mais de uma hora, tocando desde canções de Gonzaguinha até o Rap da Felicidade, de Cidinha e Doca.
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IG
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