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Justiça de SP marca para esta quarta júri de sargento da PM preso por matar artista com tiro na Vila Madalena

A Justiça de São Paulo marcou para as 13h desta quarta-feira (16) o julgamento do sargento da Polícia Militar (PM) que atirou em um artista plástico e o matou

Justiça de SP marca para esta quarta júri de sargento da PM preso por matar artista com tiro na Vila Madalena
Justiça de SP marca para esta quarta júri de sargento da PM preso por matar artista com tiro na Vila Madalena

Redação Publicado em 16/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h20


A Justiça de São Paulo marcou para as 13h desta quarta-feira (16) o julgamento do sargento da Polícia Militar (PM) que atirou em um artista plástico e o matou há mais de um ano, durante discussão e briga na Vila Madalena, na Zona Oeste da capital. O agente estava de folga e sem uniforme quando cometeu o crime em 28 de novembro de 2020. Atualmente, ele está preso preventivamente.

O policial Ernest Decco Granaro, de 34 anos, vai a júri popular por homicídio doloso, aquele no qual há a intenção de matar, contra Wellington Copido Benfati, o Nego Vila. A vítima tinha 40 anos quando morreu baleada com um tiro naquela madrugada. O agente, que é réu no processo, sempre negou ter atirado para matar; alegou que disparou para se defender.

O julgamento será presidido pela juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri, do Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste. O júri exigirá a presença de pessoas com máscaras e comprovante de vacina contra a Covid.

No entendimento da magistrada, há indícios suficientes de que Ernest Granaro quis assassinar Nego Vila. E por esse motivo, ele deve ser julgado por sete jurados que poderão absolvê-lo ou condená-lo pelo crime.

A pena máxima para o homicídio qualificado é de 30 anos de prisão. O sargento responde a uma qualificadora: a de ter usado recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi o uso da arma de fogo. Ele também é acusado de ter cometido o crime com o agravante de o país estar sob estado de calamidade pública, devido à pandemia do coronavírus.

Ernest Granaro alegou à Justiça que disparou contra Nego Vila para se defender dele durante confusão entre pessoas no cruzamento das ruas Deputado Lacerda Franco e Inácio Pereira da Rocha, na região de Pinheiros. Elas conversavam em frente a uma distribuidora de bebidas, que fica perto de um posto de combustíveis e de uma delegacia.

Mas, de acordo com a polícia e o Ministério Público (MP), testemunhas contaram que o policial à paisana sacou a arma e executou o artista quando ele estava caído no chão e rendido.

O assassinato de Nego Vila causou indignação à época. Protestos e manifestações artísticas foram feitas na Vila Madalena. O Beco do Batman, tradicional reduto cultural repleto de grafites, chegou a ter seus muros pintados de preto e ficar assim por um tempo em sinal de luto. Depois ele foi repintado com desenhos (veja vídeo acima).

A família de Nego Vila, constituiu advogados e entrou com uma ação na Justiça para pedir que o sargento que atirou nele e o governo do estado de São Paulo paguem aproximadamente R$ 200 mil de indenização por danos materiais e morais à filha da vítima.

A criança fará 11 anos em março de 2022. Ela mora com a mãe, que já era separada do artista. Ele, no entanto, sempre manteve contato com a garota e contribuía financeiramente com a criança.

g1 apurou que os advogados dos parentes do artista plástico também pediram o pagamento de pensão mensal, ainda a ser calculada, para a menina até ela completar 25 anos. A Justiça, no entanto, ainda não analisou os pedidos.

O escritório Nasrallah/Campanella & Souza Silva Advogados defende os interesses da família de Nego Vila. “O que buscamos é a garantia de que uma criança, agora órfã, terá meios para uma vida digna mesmo sem a presença e o auxílio do pai, lamentavelmente morto”, afirmou ao g1 o advogado Davi Rodney Silva.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Procuradoria Geral do Estado (PGE) informou que “Em 21 de abril, a PGE já contestou a ação cível.”

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G1

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