Dos 4.539 casos de mulheres vítimas de homicídio no ano passado, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1.133 foram vítimas de feminicídio.
Redação Publicado em 15/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h43
Dos 4.539 casos de mulheres vítimas de homicídio no ano passado, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1.133 foram vítimas de feminicídio.
Uma das vítimas foi Mara Aparecida de Faria de 42 anos, moradora de Votorantim (SP), cujo corpo foi encontrado nu, com sinais de violência e com rosto queimado em uma quadra esportiva.
O assassino de Mara Aparecida foi apontado pela Polícia Civil de Sorocaba (SP) como autor de outros três feminicídios nos últimos quatro anos. Para a investigação, Everton Julio Soares, de 27 anos, matava as vítimas por não conseguir ter relações sexuais com elas. Ele foi considerado um serial killer pela polícia.
A TV TEM conversou com o filho de Mara Aparecida, que preferiu ter a identidade preservada. O jovem disse que a mãe saiu no dia 20 de dezembro para ir até um bar e foi de lá que Everton Julio levou a mulher até a quadra onde o assassinato aconteceu.
Para o filho da vítima, houve negligência dos frequentadores do bar. “O pessoal viu ele grudar ela pelo pescoço e levar até a quadra. Eles ouviram ela gritando e pedindo socorro, ninguém fez nada.”
O filho de Mara Aparecida ainda ressaltou que a mãe não conhecia o assassino e não tinha envolvimento com drogas, ao contrário do que disse a Polícia Civil.
Os detalhes da investigação, divulgados nesta segunda-feira (13), apontavam que Everton atraía as vítimas para usar drogas e oferecia dinheiro em troca de programas sexuais.
“A polícia falou que todas as vítimas eram usuárias de drogas, no caso da minha mãe é totalmente diferente, é mentira. Ela nunca foi usuária de drogas, ela só bebia a cervejinha dela normal.”
A investigação da polícia também mostrou que Everton matava as vítimas com golpes perto da cabeça e em dois casos ateou fogo no rosto das mulheres.
O jovem ainda disse que as causas da morte da mãe foram estupro por objeto contundente e traumatismo craniano. “Ele acha que a culpa é da mulher e acha uma forma mais radical de estuprar com objeto contundente.”
A família da vítima ainda sofre com a falta de Mara Aparecida. Mãe de cinco filhos, entre eles duas crianças de 7 e 11 anos, a mulher trabalhava em uma cooperativa de reciclagem e era o alicerce da família.
“Mãe é mãe, ela era uma supermãe, amorosa. Mãe é tudo para você, é seu alicerce. Da noite para o dia simplesmente acabou e não tem mais mãe. Perder um familiar já é dfícil e pelo fato que aconteceu com ela é mais difícil ainda.”
Questionado sobre o que espera do assassino da mãe, o jovem desabafou. “Que a Justiça seja feita, o que aconteceu com a minha mãe pode acontecer com outras mulheres se ele voltar para rua. Que ele pague pelo que fez com a minha mãe e por tudo que fez.”
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