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Estado de SP tem um terço de mortes por dengue no país em 2022

Em toda a capital somente até maio deste ano já foram confirmados 8.865 casos da doença. Número já ultrapassou a quantidade de confirmações de todo o ano de 2021: 7.426.

ESTADO DE SP
ESTADO DE SP

Redação Publicado em 11/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 14h31


Em toda a capital somente até maio deste ano já foram confirmados 8.865 casos da doença. Número já ultrapassou a quantidade de confirmações de todo o ano de 2021: 7.426.

Um terço das mortes por dengue no país em 2022 foram registradas no estado de São Paulo, de acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

De janeiro a maio deste ano, foram 438 mortes em todo o país. Só no estado de São Paulo foram 156 mortes no mesmo período. Em todo o ano passado, foram 63 mortes no estado, ou seja, menos da metade das mortes nos cinco primeiros meses deste ano. Em 2020, foram 144 mortes por dengue.

Somente no distrito do Jardim Iguatemi, na Zona Leste, foram registrados 37 casos de dengue este ano. Em toda a capital somente até maio deste ano já foram confirmados 8.865 casos da doença. O número já ultrapassou a quantidade de confirmações de todo o ano de 2021: 7.426. O número é quatro vezes maior que o registrado em 2020, quando 2.026 casos foram registrados.

Mortes por dengue de janeiro a maio de 2022 — Foto: Reprodução/TV Globo

Mortes por dengue de janeiro a maio de 2022 — Foto: Reprodução/TV Globo

De acordo com Luiz Artur Caldeira, coordenador da Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa), em 2023 a expectativa é que a dengue tenha um pico ainda maior por questões sazonais. A cada cinco anos, a incidência é maior. O coordenador também afirmou que há 2.500 agentes de saúde trabalhando diretamente nas casas combatendo os focos do mosquito, mas que ainda há resistência da população: cerca de 30% a 40% ainda não abre as portas de casa para a equipe.

A preocupação de moradores da comunidade Jardim Morumbizinho, na Zona Leste da capital, é o lixo, o que dificulta evitar a propagação do aedes aegypti.

No local, a origem do problema está em uma obra da empresa Transpetro. Os escadões hidráulicos instalados ali direcionam a água para as ruas do bairro. Em janeiro, uma chuva forte arrancou parte do pavimento da rua. Com isso, o caminhão de lixo não consegue mais passar no local, de acordo com Douglas Mendes, diretor da associação de moradores Fênix.

“Houve uma obra da Transpetro que criou uma grande bacia com a enchente em janeiro. E com isso, essa avalanche de água que desceu com a obra trouxe um transtorno para o acesso aqui do bairro. E desde 7 de janeiro, a comunidade perdeu o acesso. Ou seja, perdemos coleta do lixo, ambulância, polícia. O bairro está ilhado. Desde então não há coleta de lixo, e com isso está esse transtorno de acúmulo de lixo. Então os moradores têm essa área vizinha do bairro onde estão depositando lixo.”

Como a coleta não chega até o local, a associação tem pago serviços particulares para que esse material seja retirado e levado até um ponto onde o caminhão da prefeitura chega. Mas isso não é feito sempre e, quando o lixo se acumula no depósito, alguns moradores descartam os resíduos no terreno ao lado.

O Seu José viu a comunidade nascer há 18 anos. Em todo esse tempo, ele luta pela regularização da área onde vivem hoje 800 famílias. Vários pedidos já foram feitos para a prefeitura, mas até agora, nenhuma solução.

G1
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