Não se discute os efeitos negativos que a expulsão de um zagueiro, com 20 minutos de jogo, causa a uma equipe de futebol. O Corinthians já sofria contra a
Redação Publicado em 28/08/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h52
Não se discute os efeitos negativos que a expulsão de um zagueiro, com 20 minutos de jogo, causa a uma equipe de futebol. O Corinthians já sofria contra a Ponte Preta antes de Balbuena ser expulso por falta em Roger – um lance discutível. Mas o que aconteceu dali para frente vai além dos prejuízos causados por ter um jogador a menos em campo.
Um time inofensivo, apático, completamente dominado, foi batido com facilidade por 2 a 0 no último sábado em sua pior apresentação desde a chegada de Cristóvão Borges, como o próprio admitiu depois da partida – o que nos permite ampliar esse período para muitos meses, já que sob o atual comando o Corinthians joga mal, apesar de manter posto no G-4, pelo menos até a manhã deste domingo.
Os lampejos de Marlone, que geraram comoção e serviram para o atacante conquistar uma vaga entre os titulares, não se repetiram no Moisés Lucarelli. Foi ele uma das novidades do time no interior, além de Cristian, que ficou com o lugar de Bruno Henrique, negociado durante a semana.
O esquema repetia o que foi feito no triunfo sobre o Vitória, na 21ª rodada. Guilherme, com liberdade entre o meio e o ataque, porém, foi sacrificado com a expulsão de Balbuena para que a zaga fosse recomposta com o jovem Pedro Henrique, bastante inseguro.
As dificuldades ofensivas do Corinthians ficaram ainda mais evidentes. Foram apenas duas finalizações em 90 minutos. A primeira – é preciso forçar a memória – num chute sem perigo de Balbuena após bate e rebate na área da Ponte no começo do duelo. A segunda, um chute forte de Uendel, serviu apenas para despertar o goleiro Aranha nos acréscimos da etapa final.
O equilíbrio de um campeonato marcado pela irregularidade – ela não é privilégio do Corinthians – ajuda a explicar como uma equipe que conquistou quatro pontos nos últimos 15 disputados continua no alto da tabela. Mas a curva do gráfico corintiano aponta para baixo no segundo turno, e o elenco não demonstra forças para mudar essa tendência.
Como técnico, Cristóvão tem responsabilidade. Contra a Ponte, viu seu time emparedado entre sua própria intermediária e a linha de fundo de Cássio. Nada do que fez – as entradas de Pedro Henrique, Romero e Lucca – impediu, por um minuto sequer, a superioridade dos anfitriões.
Mas o treinador tem com quem dividir a culpa. Desde sua chegada, há dois meses, o grupo alvinegro se enfraqueceu ainda mais, uma sangria que começou com o desmanche causado por chineses após o título brasileiro do ano passado e que ainda não foi estancada.
Na semana em que Cristóvão ganhou seus dois primeiros reforços (o atacante Gustavo, ex-Criciúma, e o volante Jean, ex-Paraná, que estavam na Série B), outros três atletas saíram do Corinthians (André, Luciano e Bruno Henrique).
O torcedor alvinegro provavelmente verá o Corinthians melhor contra o Fluminense, na próxima quarta-feira, pela Copa do Brasil – não pode ser pior do que se viu neste sábado, em Campinas. Mas ele não deve criar expectativas por um milagre – o título do Brasileirão – que Cristóvão e esse elenco não demonstram condições de entregar.
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