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André Sergipano lamenta lesão de Jacaré no UFC e ressalta: “Sabia que ele não bateria”

André "Sergipano" Muniz lamentou a lesão sofrida por Ronaldo "Jacaré" no UFC 262, no último sábado em Houston (EUA). Entretanto, o atleta da TFT ressalta que

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Redação Publicado em 19/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h13


Peso-médio é primeiro a finalizar lenda do jiu-jítsu no MMA. Ele comenta conversa com o compatriota pelas redes sociais e analisa luta: “Carimba minha faixa-preta para o mundo”

André “Sergipano” Muniz lamentou a lesão sofrida por Ronaldo “Jacaré” no UFC 262, no último sábado em Houston (EUA). Entretanto, o atleta da TFT ressalta que já pisou no octógono com a certeza de que o adversário – a quem finalizou no primeiro round – não desistiria mesmo diante de uma posição totalmente encaixada.

André Sergipano Ronaldo Jacaré UFC 262 — Foto: Getty Images

André Sergipano Ronaldo Jacaré UFC 262 — Foto: Getty Images

O peso-médio – que na realidade é mineiro – entrou para a história como o primeiro atleta a conseguir uma finalização sobre Jacaré no MMA. A lenda do jiu-jítsu brasileiro, veterano de Strikeforce e UFC, caiu no primeiro round diante do compatriota em ascensão ao levar uma chave de braço e sofrer fratura no úmero.

— Quebrou o braço dele, na hora soltei e o juiz escutou. Meu técnico já tinha avisado: “Se você estrangular ou acertar uma chave, vai ter que quebrar ou apagar, porque ele não vai bater”. Quando encaixei, sabia que ele não bateria. Foi envergando, achei que fosse quebrar, não tinha como soltar. Você sente o osso saindo do lugar. É uma fatalidade, mas segue o jogo — comentou Sergipano, em entrevista ao Combate.com.

Ronaldo Jacaré passou por uma cirurgia bem sucedida nesta segunda-feira, nos Estados Unidos, e se recupera bem. E Sergipano, que é fã do capixaba, conta que desejou uma pronta recuperação em mensagem enviada pelo Instagram no domingo.

— A gente conversou nos bastidores, pedi desculpas a ele pela situação. Ele falou que era do jogo, que não tinha problema, vida que segue. Lamentei muito, desejei melhoras, que possa ficar com a família. Ontem (domingo) ele me mandou mensagem no Instagram, disse que estava bem e que operaria. Eu desejei uma recuperação rápida para voltar o mais rápido possível. Minha admiração por ele continua da mesma forma, independentemente do resultado. Acertei uma posição, ele errou, mas nada vai apagar o que fez pelo nosso esporte.

– Aquela luta contra o Roger Gracie é inesquecível. Não tem como não se emocionar. Ele tem coração de leão, sempre representou nosso jíu-jítsu, torço muito pela recuperação dele. Fico triste pela lesão do Jaca, mas, como atleta de jiu-jítsu, foi uma realização pessoal. Todo faixa-preta sonha em finalizar um grande nome do esporte, uma lenda da arte suave. Carimba minha faixa-preta para o mundo todo – comentou o peso-médio, citando o duelo em que Jacaré teve o braço quebrado por Roger Gracie, na final do absoluto do Mundial de jiu-jítsu, em 2004, e, mesmo assim, se sagrou campeão.

André Sergipano sempre teve a arte suave como sua principal arma: dois terços de suas vitórias, 14 de 21, são por finalização. No UFC, ele forçou a desistência de dois adversários em três lutas (Jacaré e Bartosz Fabiński, duas chaves de braço), além de ter conquistado o contrato com o Ultimate com um mata-leão no Contender Series. Ainda assim, o atleta admite que a submissão não era o seu foco diante de um especialista na arte suave.

– A estratégia era ganhar round por round, trabalhando a distancia como eu estava fazendo. Quando tivesse a oportunidade do meio para o fim, botaria para baixo e bateria por cima. Quando vi a posição, que ele me deu as costas… Eu sempre faço na academia, custava nada tentar. Tentei “mochilar”, pegar o pescoço, ele me jogou para frente, com o braço travado e consegui finalizar. A finalização aconteceu naturalmente, fluiu, não era a estratégia

Com a atuação deste fim de semana, Sergipano atinge um cartel de 21 vitórias e quatro derrotas e segue invicto no UFC com três triunfos desde que foi contratado em 2019. Ele ainda acumula uma série de sete resultados positivos iniciada em 2017.

Confira abaixo mais trechos da entrevista com André “Sergipano” Muniz

Próximo adversário e sonhos no UFC

— Eu tinha falado que queria o Nate Diaz ou o Kevin Holland, que vem de derrota. Quem sabe dá essa oportunidade, seria uma boa luta para mim. Analisando a última luta dele (Holland), ele não defende bem as quedas, tomou double leg, se eu acertar o jogo na trocação, consigo botar pra baixo e finalizar rapidamente. Sonhar não paga, então sonho com muita coisa. Quem sabe não me dão o Holland? É ranqueado, seria uma boa luta. É esperar o UFC renovar meu contrato logo, estou só sonhando (risos). Estou pronto para o que me mandarem.

Bônus

– Com certeza (merecia bônus). Foi como o adversário do Rodolfo (Vieira, outra lenda do jiu-jítsu, finalizado por Anthony Hernandez em fevereiro). É algo fora da curva. Mas o Dana White é quem sabe das coisas, manda quem pode e obedece quem tem juízo (risos)

Encontro com Charles do Bronx

— Encontrei com o Charlinho no vestiário, antes de ele lutar. Falei: “É seu dia”. Ele é nota mil, o carisma, a humildade em pessoa, veio de baixo como eu. Torci muito por ele. No primeiro round, quando ele passou aquele apuro, tinha que voltar controlado. Veio e tirou o Chandler para nada, nem parecia que tinha tomado sufoco antes. Tirou muita onda, voltamos juntos no mesmo avião de Houston (nos Estados unidos) a São Paulo, dei parabéns e ele porque merece demais. É nota 1000.

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Fonte: Ge – Globo Esporte.

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