MPOX

OMS pode reclassificar mpox como emergência global diante de novo surto

Comitê da OMS se reúne para discutir aumento de casos e possível disseminação internacional

Imagem ilustrativa - Imagem: Reprodução / X (antigo Twitter) @PopBase

Sabrina Oliveira Publicado em 15/08/2024, às 08h34

A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou para esta quarta-feira (14) um comitê de emergência com o objetivo de avaliar o ressurgimento do surto de mpox na África e o risco de sua disseminação global. A decisão foi anunciada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, após o aumento preocupante de casos fora da República Democrática do Congo, onde a doença tem se alastrado nos últimos dois anos.

A situação se agravou com a descoberta de uma mutação no vírus, que facilitou sua transmissão de pessoa para pessoa. Esta mutação aumentou a preocupação sobre a capacidade de contenção da doença, levando a OMS a reconsiderar se a mpox deve ser novamente classificada como uma emergência global de saúde pública. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) também declarou a mpox como uma emergência de segurança de saúde pública para o continente africano, reforçando a necessidade de uma resposta coordenada e urgente.

De janeiro de 2022 a junho de 2024, a OMS registrou quase 100 mil casos confirmados de mpox em 116 países, com 208 mortes. Apenas em junho deste ano, 934 novos casos foram confirmados em 26 países, evidenciando a contínua propagação da doença pelo mundo. As regiões mais afetadas em junho foram a África, com destaque para a República Democrática do Congo, seguida pelas Américas, Europa, Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático.

Na África, o cenário é particularmente grave, com a República Democrática do Congo respondendo por 96% dos casos confirmados no continente. A OMS destacou a dificuldade do país em realizar testes em áreas rurais, o que significa que muitos casos suspeitos podem estar subnotificados.

Recentemente, novos surtos da doença foram reportados em países do leste africano, como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, todos ligados à expansão do surto na região. A Costa do Marfim também enfrenta um surto, mas de uma variante diferente do vírus, enquanto a África do Sul confirmou mais dois casos.

No final de junho, a OMS alertou para uma variante mais letal da mpox, com uma taxa de mortalidade superior a 10% entre crianças pequenas na África Central, comparada à variante 2b, que causou a epidemia global em 2022 e teve uma letalidade inferior a 1%.

Em resposta à crescente ameaça, a OMS solicitou aos fabricantes de vacinas contra a mpox que submetam pedidos de análise para o uso emergencial das doses. Esse processo tem intenção de acelerar a disponibilização de vacinas, especialmente para países de baixa renda que enfrentam dificuldades na aprovação regulatória.

A mpox, uma doença zoonótica viral, pode ser transmitida por contato direto com animais infectados, pessoas infectadas ou materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, febre, dores no corpo e fraqueza. Em casos graves, as lesões podem se espalhar por todo o corpo, incluindo áreas sensíveis como os olhos e órgãos genitais.

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