Cobertura vacinal do 1º reforço avança em ritmo 41% mais lento que a aplicação da primeira dose em SP

Na primeira dose, São Paulo levou 193 para atingir 75% de cobertura entre os adultos, e 230 dias na segunda dose

Aplicação da vacina da Covid-19 em Franca, SP, Ribeirão Preto, SP vacinação - Imagem: Reprodução/EPTV

G1 Publicado em 03/08/2022, às 07h41

O ritmo da aplicação da primeira dose de reforço da vacina contra a Covid-19 no estado de São Paulo, está 41% mais lento do que o da primeira dose da vacina. A campanha da dose adicional começou em 6 de setembro de 2021 para a população paulista.

Até 28 de julho, data dos dados mais recentes, passaram-se 326 dias, e a cobertura vacinal chegou a 73% da população adulta.

Para efeito de comparação, na campanha do esquema primário da vacinação, que começou em 17 de janeiro de 2021, o estado levou 193 dias para chegar ao equivalente a 75% da população adulta, um período 40% mais curto. Já em relação à segunda dose, considerando que ela começou 28 dias após a aplicação da primeira dose, o período entre o início da campanha e a marca de 75% levou 230 dias, um intervalo de dias 29% mais curto que o da aplicação do primeiro reforço.

A análise foi feita pela TV Globo a partir dos dados detalhados com o total de cada tipo de dose aplicada diariamente pelos postos de saúde paulista. Eles passaram a ser divulgados pelo governo estadual com esse nível de detalhes apenas em meados de julho.

Desde 18 de novembro de 2021, qualquer adulto com 18 anos ou mais já pode procurar um posto de saúde para tomar o primeiro reforço, desde que tenha tomado a segunda dose há pelo menos quatro meses. Atualmente, os adolescentes de 12 a 17 anos também já foram incluídos na aplicação dessa primeira dose adicional. Já a segunda dose adicional ainda está restrita às pessoas.

Mais de 326 dias após início da aplicação da dose adicional no Estado, total de doses ainda representa 73% da população paulista com mais de 18 anos. Na primeira dose, São Paulo levou 193 para atingir 

‘Falsa sensação de normalidade’

Em entrevista ao SP2, Regiane Aparecida Cardoso de Paula, coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde (SES-SP), afirmou que “existe uma falsa sensação de normalidade” sobre a pandemia.

“Precisa que as pessoas entendam o seguinte: por mais que eu formule políticas públicas, por mais que eu viabilize a vacina nos postos, nas unidades de saúde, e enfermeiros e profissionais de saúde estejam ali para vacinar, você como indivíduo tem que procurar a vacina”, disse ela.
“Nós estamos vivendo um momento muito melhor, mas ainda não é o momento ideal porque o vírus ainda está circulando e, com a circulação de vírus, se eu não estiver protegido, se meus anticorpos estiverem caindo, eu vou ter com certeza um risco maior de adoecer. Pode ser que eu adoeça com menos gravidade, mas eu vou adoecer.”

Internações são maiores em quem tomou dose há mais tempo

Os dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) mostram que, desde março de 2022, 7.053 pessoas que só tomaram as duas primeiras doses foram internadas com Covid-19 em hospitais públicos e privados do Estado de São Paulo.
Dessas, 6.312 (89% do total) haviam tomado a segunda dose mais de seis meses antes de serem infectadas pelo vírus, e eventualmente desenvolverem um quadro mais grave da doença.
Segundo os dados mais recentes do Sivep-Gripe, pelo menos 656 delas acabaram morrendo.
Outros 33 óbitos por Covid-19 foram registrados entre pacientes que haviam tomado a segunda dose entre 90 e 180 dias antes de ficarem doentes, e 8 óbitos são de pessoas que ficaram doentes até três meses depois da segunda dose.
 

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