Butantan diz que testes de eficácia da CoronaVac contra variante delta começarão apenas se crescer nº de contaminados

Ainda não se sabe se a vacina CoronaVac é eficaz contra a variante delta da Covid-19 e testes só serão realizados se a cepa atingir uma porcentagem maior de

Butantan diz que testes de eficácia da CoronaVac contra variante delta começarão apenas se crescer nº de contaminados -

Redação Publicado em 07/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h51

Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac, vai ampliar sequenciamento e mapeamento da cepa antes de começar testes para saber se vacina é eficaz contra a variante.

Ainda não se sabe se a vacina CoronaVac é eficaz contra a variante delta da Covid-19 e testes só serão realizados se a cepa atingir uma porcentagem maior de pessoas no estado, de acordo com a diretora do Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) do Instituto Butantan, Sandra Coccuzzo Sampaio Vessoni.

A cidade de São Paulo registrou o primeiro caso da variante delta de Covid-19, originária da Índia, nesta segunda-feira (5). Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o paciente é um homem de 45 anos que está sendo monitorado pela Unidade Básica de Saúde (UBS) da região em que mora. Além dele, outras três pessoas da família (mulher, enteado e filho) estão sendo acompanhadas pelas equipes de saúde da UBS local.

O Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac, pretende, por enquanto, ampliar o sequenciamento e o mapeamento da cepa. Ainda não estão previstos testes para saber se a CoronaVac é eficaz contra a variante delta.

“Ainda não é uma preocupação e ainda não sabemos se a vacina é capaz de neutralizar [a cepa delta]. Caso essa variante mostre que tem porcentagem alta de pessoas contaminadas por ela e entre em patamar parecido com a P1, aí dá para fazer todos os testes necessários e vamos começar a pensar na estratégia vacinal.”

A P1 é a principal cepa atualmente no Brasil. A variante delta tem alta transmissibilidade e alguns estudos indicam agravamento do quadro clínico do paciente contaminados por esta cepa, mas o Butantan ainda não pensa em realizar testes, de acordo com Vessoni.

“Nesse momento a gente tem de entender o comportamento da variante, entender como ela se estabelece. Vamos monitorando para ver se vai começar a crescer a incidência dessa cepa antes de começar a fazer testes”, afirma.

A variante delta foi identificada no Brasil há cerca de um mês e já é responsável por pelo menos duas mortes no país. Ela tem se tornado a cepa dominante em todo o mundo, segundo a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan.

Monitoramento

Desde abril, em parceria com o governo, o município tem encaminhado parte das amostras de exames RT-PCR positivos ao Instituto Butantan para que seja realizada uma análise genômica, que identifique as cepas circulantes no momento na cidade. Foi por meio desta iniciativa que foi identificado o primeiro caso positivo para esta variante na capital.

O monitoramento das cepas é realizado por meio de cálculo amostral, por semana epidemiológica, com cerca de 250 amostras semanais que seguem para análise do laboratório do Instituto Butantan, onde é realizado o sequenciamento genético.

Além dessa ação de monitoramento, a secretaria também fechou acordo de estudo de variantes (cerca de 300 amostras) com o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo e com o Instituto Adolfo Lutz, que fazem a vigilância com o objetivo de identificar quais cepas circulam pela cidade.

Desde o início da pandemia, até 26 de junho, foram monitoradas 2.095.654 pessoas pela rede de atenção básica da capital.

Hospital exclusivo

Em 20 de junho, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou que o Hospital Geral de Guaianases, na Zona Leste, irá atender exclusivamente pacientes contaminados com a variante delta da Covid-19. Segundo a pasta, a decisão foi tomada em comum acordo com o governo do estado, responsável pela administração do hospital.

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G1

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