O programa foi criado em 2003 no primeiro governo Lula e é considerado o mais importante para economia brasileira nas últimas décadas
Ana Rodrigues Publicado em 29/12/2023, às 09h58
Criado em 2003, no primeiro governo Lula, e resgatado em março de 2023, nessa terceira gestão do presidente, o Bolsa Família é considerado o programa mais importante para a economia brasileira nas últimas décadas. Essa conclusão foi feita, a partir de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), que ouviu cerca de 3 mil pessoas entre os dias 3 a 9 de dezembro.
Segundo o site do Governo Federal, em uma lista de 12 programas ou ações, o Bolsa Família - que neste mês de dezembro atende mais de 21 milhões de famílias - foi apontado como o mais importante por cerca de 26% dos entrevistados. Na segunda colocação ficou o Plano Real com (23%), lançado em 1994, no governo Itamar Franco, para conter a hiperinflação.
Logo em sequência, entre as iniciativas mais votadas aparecem, a abertura da economia para o comércio internacional (15%), o Auxílio Emergencial (9%), a participação do Brasil nos Brics (5%) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (3%).
Os resultados foram divulgados pela 15ª edição da Pesquisa Observatório Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O levantamento tem uma margem de erro de 1,8 pontos percentuais para mais ou para menos.
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, destacou o caráter de inclusão do Bolsa Família percebido pela população.
É bem mais do que um programa social. O estudo aponta que a percepção da sociedade é de que o Bolsa Família tem um efeito direto. De um lado protege a quem mais precisa, do outro causa um impacto econômico onde as pessoas vivem, assegurando que possam ter uma inclusão produtiva, possam ter acesso à economia".
Ele também relembrou outra pesquisa, que foi divulgada em setembro, pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Instituto Open Social e Universitá Bocconi, que mostrou como os "filhos" do Bolsa Família viveram uma evolução socioeconômica.
Boa parte das pessoas da primeira geração do Bolsa Família, 64% dos filhos e filhas, já saíram da pobreza. Ou seja, é a riqueza dos mais pobres que impacta fortemente na riqueza do Brasil", analisou o ministro.
No último dia 7, um levantamento realizado pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), já revelava que os resultados dos investimentos em políticas de desenvolvimento social são bem avaliados pela população brasileira.
O combate à fome e à pobreza foi apontado como área de maior destaque do governo Lula, com 30% das respostas positivas. Depois da área social, aparecem a educação (20%), a saúde (14%), os assuntos internacionais (14%) e a geração de empregos (13%).