O estudo também apontou como os entrevistados diferenciam o petista de Bolsonaro
Mateus Omena Publicado em 15/02/2023, às 10h43
Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem enfrentado diversos desafios para tirar do papel projetos que apresentou durante as eleições. Apesar de certas críticas que vem recebendo de opositores, a postura do chefe de estado tem agradado alguns setores.
Em entrevista ao portal UOL, Felipe Nunes, CEO da Quaest, afirmou que o levanetamento feito pela consultoria aponta que a avaliação positiva que Lula obteve até o momento está associada à agenda econômica.
De acordo com ele, a boa aprovação do presidente se deve por sua atitude de trazer questões mais próximas à realidade da população entre as principais pautas do governo.
“O resultado positivo do governo Lula nesse começo é fruto de um processo estratégico no qual ele aposta quase tudo na agenda da economia. O Lula tratou logo de resolver a PEC para garantir auxílio, aumento de salário mínimo, falar de emprego e discutir juros. Lula trouxe a discussão para o campo que lhe é mais favorável”, explicou Nunes.
O cientista político considera que o resultado do levantamento mostra que as divergências do Planalto com o Banco Central, em especial pela discussão sobre a redução na taxa básica de juros, e atritos com sua equipe econômica não prejudicaram a popularidade de Lula.
“Essa primeira pesquisa reflete um momento muito diferente do que se imaginava pelas manchetes de jornal, discussões em torno da economia e do comportamento do Lula. [A aprovação de Lula] Está acima da média dos presidentes desde a redemocratização em 1988, mas muito próximo do que destacamos como uma 'lua de mel', quando as pessoas depositam esperanças no governo”.
O estudo feito pela Quaest revelou que 38% dos entrevistados não notam diferença entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Lula.
Segundo o especialista, a diversidade de temas abordados pelo presdiente ajuda a explicar este número e indica que a comunicação será um dos principais desafios para o petista.
“Para um começo de governo, a agenda está muito fragmentada. A grande maioria ainda não conseguiu se conectar ao governo. É um desafio de comunicação, dado que o Brasil tem hoje dois ecossistemas diferentes de informação. O governo Lula ainda não conseguiu tatear esse outro mundo, que está alienado em relação à comunicação tradicional”, finalizou.