Em liberdade provisória desde fevereiro deste ano, o técnico em TI Guilherme Raymo Longo, acusado de matar o menino Joaquim Ponte Marques em 2013, está desaprecido da casa dos pais desde a noite de sexta-feira (23). Segundo reportagem da EPTV, Longo avisou em carta que fugiria.
Por determinação judicial, o padrasto de Joaquim não pode se afastar do endereço depois das 22h, nem aos finais de semana, sem autorização. Ao deixar a penitenciária de Tremembé, Longo se comprometeu a cumprir as ordens para responder ao processo em liberdade.
O advogado dele, Antônio Carlos de Oliveira, confirmou que o acusado não retornou à casa dos pais no horário previsto.
O promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, informou que na segunda-feira (26) a polícia deve procurar por Longo, que pode ser preso se não estiver em Ribeirão.
Guilherme Longo está em liberdade desde fevereiro deste ano (Foto: Reprodução/EPTV)
Carta
Segundo reportagem da EPTV, antes de desaparecer, Longo deixou uma carta em que afirma que contaria a verdade sobre o caso. Ele explica que teria feito um acordo para receber dinheiro, que não foi pago, e por isso teve que fugir.
O recado surpreendeu os pais do técnico de TI, que também confirmaram que o filho não voltou pra casa, mas não falaram sobre o conteúdo do texto. “Deixou a carta, é o que eu tenho para falar, não posso falar. Nós não sabemos. Veio um desespero nele, sei lá”, comentou o pai Dimas Longo.
“Nós vamos esperar para ver se vamos ter alguma notícia do mesmo, e aí sim eu posso esclarecer alguns detalhes e as consequências que podem advir”, comentou a defesa do acusado.
Oliveira também afirmou que Longo se apresenta à Justiça com frequência, conforme determinação. “Em todos os meses ele compareceu regularmente ao poder judiciário para informar as suas atividades e o endereço que o mesmo estava residindo”, comentou.
De acordo com a determinação, ele deverá comparecer até o dia 10 de cada mês ao cartório para justificar suas atividades, se comprometer a não mudar de endereço ou deixar Ribeirão Preto sem prévia autorização judicial e ainda a pernoitar na residência em que mora, podendo se ausentar do local somente para trabalho, entre 6h e 22h.
O corpo de Joaquim foi encontrado no Rio Pardo em novembro de 2013, cinco dias após o desaparecimento de sua casa em Ribeirão Preto. A Polícia Civil concluiu que o padrasto matou o menino com alta dose de insulina e jogou o corpo em um córrego próximo à residência da família.
Guilherme Longo foi indiciado por homicídio triplamente qualificado. Um laudo do IML emitido na época da morte do garoto apontou ausência de água no organismo, o que descartaria a suspeita de afogamento, mas não identificou outras substâncias.
Em liberdade, a mãe do menino, Natália Mignone Ponte, é acusada de ter sido omissa em relação à segurança do filho, por saber que Longo era agressivo e havia voltado a usar drogas na época da morte do garoto.
Preso em Tremembé desde janeiro de 2014, o padrasto conseguiu por unanimidade um habeas corpus da 1ª Câmara Criminal do TJ-SP, que considerou excessivo o prazo do processo.
Todas as testemunhas do caso já foram ouvidas pela Justiça, que deve definir agora se o caso vai a júri popular.