O número de vítimas apresentou um aumento de 5% no último ano
Nathalia Jesus Publicado em 08/03/2023, às 13h01
Em comparação com 2021, o Brasil teve uma alta de 5% em casos de feminicídio em território nacional. Foram 1,4 mil mulheres mortas apenas pelo fato de serem mulheres - número corresponde a uma morte a cada seis horas.
O levantamento feito pelo g1 com base em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, indicou que este é o maior número registrado desde 2015, quando a lei de feminicídio entrou em vigor.
O estudou também apurou que a alta foi na contramão do número de assassinatos sem o recorte de gênero, que por sua vez foi o menor da série histórica do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
No entanto, analisando o número com recorte de gênero, se forem consideradas apenas as mortes de mulheres, que também inclui os classificados como feminicídio, houve um crescimento de 3% de um ano para o outro.
De acordo com o Anuário de Segurança Pública, do FBSP, 8 em cada 10 crimes de feminicídio são cometidos pelo parceiro ou ex-parceiro da vítima.
"Ao contrário dos homicídios em geral, cujas motivações são as mais variadas, os feminicídios têm sempre o mesmo cerne: a desigualdade de gênero", comentaram as especialistas Debora Piccirillo e Giane Silvestre, pesquisadoras do NEV-USP.
"Esta desigualdade, que está presente nas relações sociais, é baseada na crença de que as mulheres são subalternas aos homens e que suas vontades são menos relevantes. A violência de gênero reflete a radicalização desta crença que, muitas vezes, transforma as mulheres em objetos e 'propriedade' de seus parceiros."
Veja a taxa de feminicídio por estado em ordem decrescente: