País enfrenta uma das piores secas em décadas no sul da África
William Oliveira Publicado em 14/09/2024, às 08h36
Autoridades do Zimbábue anunciaram nesta sexta-feira (13) o sacrifício de 200 elefantes para enfrentar a escassez de alimentos causada pela pior seca em décadas no sul da África.
De acordo com Fulton Mangwanya, diretor da Autoridade de Parques e Vida Selvagem do país (ZimParks), um total de 200 elefantes será caçado na reserva natural de Hwange, a maior do país. Ainda nesta semana, o parlamento do ministro do Meio Ambiente afirmou que o país tem "mais elefantes do que precisa".
Atualmente, calcula-se que o Zimbábue abriga 100 mil elefantes, sendo a segunda maior população do mundo, atrás de Botsuana. Segundo a ZimParks, existem 65 mil desses mamíferos apenas em Hwange, uma quantidade quatro vezes superior à capacidade do parque.
O governo informou que os animais serão usados para alimentar pessoas que passam fome devido à seca que assola o Zimbábue, além de aliviar a pressão sobre os recursos hídricos do país.
Estado de emergência
No fim de agosto, a Namíbia também anunciou uma medida semelhante para sacrificar 700 animais selvagens, incluindo 83 elefantes. Namíbia e Zimbábue estão entre os países do sul da África que declararam estado de emergência devido à seca.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), estima-se que restem cerca de 415 mil elefantes no continente africano, contra mais de 3 milhões no início do século XX. Atualmente, os elefantes asiáticos e africanos estão ameaçados de extinção, com exceção das populações na África do Sul, Botsuana, Namíbia e Zimbábue, onde são consideradas apenas "vulneráveis".