A empresa tem como objetivo realizar economias no intervalo de 800 milhões a 1,2 bilhão de euros até 2026
Lillia Soares Publicado em 19/10/2023, às 14h31
A Nokia anunciou na quinta-feira, 19 de outubro, que planeja dispensar até 14 mil funcionários como parte de um esforço para reduzir custos. A empresa expressou preocupação de que o mercado não consiga se recuperar após uma queda de 20% nas vendas do terceiro trimestre, devido à demanda mais fraca por equipamentos 5G.
A desaceleração nos Estados Unidos, um mercado crucial para a Nokia e a Ericsson, tem levado as fabricantes de equipamentos de telecomunicações a buscar crescimento em outras regiões, como a Índia. No entanto, agora há preocupações de que a Índia também possa enfrentar uma desaceleração após um ano de 2022 bem-sucedido.
"A situação do mercado é realmente desafiadora e é testemunhada pelo fato de que em nosso mercado mais importante, que é o mercado norte-americano, nossas vendas líquidas caíram 40% no terceiro trimestre", afirmou o presidente-executivo, Pekka Lundmark, à Reuters.
A Nokia tem como objetivo realizar economias no intervalo de 800 milhões a 1,2 bilhão de euros até 2026. Conforme informações do portal g1, a empresa planeja reduzir sua força de trabalho de 86 mil para 72 mil, o que representa uma diminuição de aproximadamente 16%.
O CEO Lundmark não forneceu detalhes adicionais, afirmando que a empresa pretende realizar consultas com os representantes dos funcionários antes de avançar. A Nokia projeta economizar no mínimo € 400 milhões até 2024, seguidos por € 300 milhões adicionais em 2025.
A Ericsson, que já realizou demissões em massa este ano, declarou na terça-feira que prevê incertezas em seus negócios até 2024. A Nokia, embora tenha expressado preocupações semelhantes sobre a incerteza, afirmou que antecipa uma melhoria sazonal em seu segmento de redes no quarto trimestre. A empresa não reduziu suas perspectivas para o ano inteiro.
"Continuamos acreditando no mercado no médio a longo prazo, mas não vamos ficar sentados, esperando e rezando para que o mercado se recupere tão cedo", afirma Lundmark. "Simplesmente não sabemos quando ele se recuperará”, completa.
O 5G foi inicialmente promovido como a tecnologia que impulsionaria a era da automação e dos veículos autônomos, mas a adoção dessa nova tecnologia tem sido mais lenta do que o esperado. Esse crescimento gradual tem colocado pressão sobre as operadoras de telecomunicações, que agora estão enfrentando desafios em seus orçamentos de investimento e respondendo com cortes de custos.
Por exemplo, no início deste ano, a BT Group revelou seus planos de demitir 55 mil funcionários, enquanto a Vodafone anunciou sua intenção de cortar 11.000 empregos.
"Esse deveria ser um setor voando alto, impulsionado pela demanda incessante por seus serviços... Em vez disso, inúmeras perguntas continuam a ser feitas sobre a relevância e o futuro de longo prazo das operadoras", disse Kester Mann, analista da CCS Insight.