De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

Marçal e Boulos conversam ao meio dia, o sucesso do Podemos e o dia que troquei socos com Maguila

José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, morreu nesta quinta-feira (24) aos 66 anos de idade - Imagem: Reprodução | Instagram - @adilsonmaguilarodrigues

Fábio Behrend Publicado em 25/10/2024, às 07h37

Sabatina do Marçal

De olho no eleitorado de Pablo Marçal, Guilherme Boulos aceitou o convite do ex-coach para uma sabatina conduzida pelo próprio nas redes sociais. Marçal prometeu ser respeitoso e reclamou que Nunes não respondeu mensagens enviadas pelo Whatsapp.

Sem ressentimento

Boulos aceitou o convite porque sabe que precisa conquistar eleitores de Marçal para tentar uma eventual virada. Tanto que tem incorporado algumas propostas do seu entrevistador de logo mais, ao meio-dia, em seu plano de governo. “Eu não faço política com ressentimento, não faço política com rancor. E o diálogo também será com as pessoas que votaram nele (Marçal) no 1º turno, que apostaram nele”, afirmou o psolista, que espera ser reconhecido como a real possibilidade de mudança.

Não colou

Nem a criatividade, bom humor e repetição à exaustão da narrativa não foram suficientes para colar no prefeito Ricardo Nunes a responsabilidade pela demora da Enel em religar a energia de milhares de residências depois das fortes chuvas do mês. Pelo menos é o que mostra o Data Folha desta quinta, que mostra o prefeito 16 pontos à frente de Boulos nas projeções de votos válidos (descontados os nulos e brancos), que é o que vale. Nunes teria 58% contra 42% de Guilherme Boulos.

Vai faltar espaço

De um aliado do prefeito Ricardo Nunes, que afirma não ter nenhuma pretensão de ocupar espaço na (provável) futura gestão do emedebista. “Em todo evento do Ricardo (Nunes) que você olha a foto, atrás dele estão sempre “secretariáveis”. Do Rodrigo Garcia ao Marcos Penido, do João Farias à Aline Cardoso e ao Cesar Azevedo, tem muita gente disputando poucos cargos numa futura gestão. Isso sem falar no Milton Leite.  Desse jeito vai ser preciso anexar Guarulhos e São Bernardo pra contemplar todo mundo que fez acordo com o prefeito”, brinca o aliado, que pediu anonimato.

Subindo

Renata Abreu, do Podemos, tem muito o que comemorar. Na grande São Paulo o partido só tem menos prefeituras do que o PL – seis contra oito. Mas pode até empatar a disputa se vencer o segundo turno em Taboão da Serra, com Aprígio (que se recupera de atentado à tiros) e em São Bernardo do Campo, com Marcelo Lima. No estado, o Podemos ainda disputa o segundo turno em Limeira, com Murilo Félix e no Guarujá, com Farid Madi.

Contribuição em xeque

A sede do Sindicato dos Trabalhadores de Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e a Família do Estado de S.Paulo (Sitraemfa), na Liberdade, foi palco, na quarta e ontem, de filas quilométricas formadas por trabalhadores que querem se livrar da contribuição sindical de 2% do salário. A lei determina a possibilidade de enviar o documento através do site da instituição, que sofreu “instabilidades” nos dois dias. A tática de dificultar a vida dos trabalhadores para tentar continuar cobrando a contribuição não é novidade, mas dessa vez o Ministério Público está de olho e se a situação continuar assim nessa sexta-feira, haverá consequências. O Sintraemfa afirma representar 40 mil trabalhadores em São Paulo.

O dia em que troquei socos com Maguila

Maguila nos deixou ontem, aos 66 anos de idade. Em 1987 eu jogava basquete no SPFC, na categoria infantil, para atletas entre 14 e 15 anos de idade. O técnico do time, Savério Teófilo, era amigo do então treinador de Maguila, Miguel de Oliveira. Savério achava que precisávamos aprender a jogar mais duro, para “aguentar o tranco”. Numa quarta-feira, depois do treino, Savério nos levou ao ginásio de boxe. Miguel de Oliveira explicou o que teríamos que fazer. “O treino é para o Maguila melhorar a defesa. Vocês estarão protegidos, com capacete e luvas então é só subir lá e encher ele de porrada”, disse o mestre, rindo.

Meu jeb inesquecível

O que Miguel de Oliveira não nos contou foi que, se acertássemos Maguila, ele poderia responder, mesmo que de leve. Apenas eu e o Zé Maria, o jogador mais forte do nosso time, acertamos Maguila. Eu encaixei um gancho na linha de cintura do campeão. Depois disso, só me lembro do próprio Maguila me levantando e pedindo desculpas, com um largo sorriso no rosto. Até hoje, quando lembro, meu pescoço dói por causa do jeb de canhota, que me derrubou imediatamente. Uma sensação incrível, que guardo com muito carinho na memória afetiva. Obrigado Maguila. Quanto ao Zé Maria, não vi o que aconteceu com ele, porque eu ainda estava grogue. Os meninos contaram que ele também levou um jeb, mas não caiu. Era realmente forte o Zé Maria.

Contato: deolhonacidade@spdiario.com.br

PABLO MARÇAL Guilherme Boulos Maguila

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