A Uefa rejeitou a ideia da cidade de Munique de iluminar seu estádio com as cores do arco-íris, que representam o movimento LGBTQ+, para a partida Alemanha x
Redação Publicado em 22/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h34
A Uefa rejeitou a ideia da cidade de Munique de iluminar seu estádio com as cores do arco-íris, que representam o movimento LGBTQ+, para a partida Alemanha x Hungria, nesta quarta-feira, pela Eurocopa. A iniciativa da prefeitura da cidade bávara era um protesto contra uma lei aprovada na Hungria na semana passada que restringe os direitos de informação dos jovens com relação à homossexualidade e transexualidade.
“De acordo com seus estatutos, a Uefa é uma organização politicamente e religiosamente neutra. Dado o contexto político, a Uefa rejeitou o pedido”, diz a nota da Uefa.
A entidade europeia, que afirma “compreender que a intenção é enviar uma mensagem para promover a diversidade e a inclusão”, até aceita a ideia da iluminação arco-íris, mas em datas alternativas.
“Pode ser em 28 de junho – o Christopher Street Liberation Day (dia do Orgulho) -, pode acontecer entre 3 e 9 de julho, que corresponde à semana do Christopher Street Day em Munique”, completa a Uefa em seu comunicado.
Organizadora da Eurocopa, a Uefa recorda que há muitos anos faz campanhas a favor da diversidade e da igualdade no futebol.
“O racismo, a homofobia, o sexismo e todas as formas de discriminação são uma mancha em nossas sociedades, e representam um dos maiores problemas do esporte na atualidade. Comportamentos discriminatórios prejudicam as partidas, e fora dos estádios, o discurso na internet a respeito do esporte que amamos”, afirmou a entidade, que no domingo anunciou a abertura de uma investigação por uma faixa homofóbica exibida em Budapeste durante Hungria x Portugal na semana passada, além de investigar possíveis atos racistas contra jogadores franceses no mesmo estádio (assista no vídeo acima).
Na segunda-feira, a Federação Alemã de Futebol anunciou que concordava com a iluminação do estádio de Munique com as cores do arco-íris durante a Eurocopa, mas não necessariamente no dia da partida contra a Hungria. A ideia partiu da prefeitura de Munique, para enviar um “sinal visível de solidariedade com a comunidade LGBTQ+ da Hungria”.
Munique se uniu desta maneira às vozes que, na Europa, condenam a política do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, considerada discriminatória contra as minorias sexuais. Capitão da Alemanha, Neuer usou braçadeira com as cores do arco-íris e chegou a ser alvo de investigação da Uefa por um possível “ato político”. No entanto, a entidade não puniu o jogador por entender que era uma “boa causa”.
O Ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, comemorou a decisão da Uefa de não permitir que as cores do movimento LGBTQ+ (sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e simpatizantes).
– Graças a Deus, nos círculos da liderança do futebol europeu o bom senso ainda prevalece e eles não acompanharam a provocação política. A Uefa tomou a decisão certa – disse Szijjarto.
Na Alemanha, a reação foi outra. O Schalke 04, tradicional clube do país, postou uma foto com as cores do arco-íris.
“Não se trata de provocação. É sobre fazer a coisa certa”, escreveu o clube.
Outros dois clubes alemães, Arminia Bielefeld e Wolfsburg seguiram o exemplo do Schalke. Assim como o atacante francês Griezmann, que postou uma foto antiga da Arena de Munique iluminada nas cores do arco-íris. O post foi publicado minutos depois da decisão da Uefa ser anunciada.
.
.
.
Fontes: Ge – Globo Esporte.