Mudança do Ensino Médio

Governo de SP reduz itinerários do Ensino Médio de 12 para 3; entenda a mudança

O governo de São Paulo divulgou as mudanças previstas para o Ensino Médio nesta sexta feira (17)

O governo de São Paulo divulgou as mudanças previstas para o Ensino Médio nesta sexta feira (17) - Imagem: Reprodução/Freepik

Ana Rodrigues Publicado em 17/11/2023, às 12h19

Nesta sexta-feira (17), o governo de São Paulo divulgou as mudanças previstas no novo currículo das escolas da rede paulista. As alterações entram em vigor em 2024.

Segundo o G1, no Ensino Médio, os itinerários formativos que compreendem as áreas de conhecimento às quais os estudantes podem escolher, foram reduzidas de 12 para 3, e passam a ser:

Essa alteração amplia as aulas de português e matemática, onde reduz a carga horária de artes, filosofia, sociologia e robótica. Também prevê eliminar as matérias eletivas. Segundo a Secretaria da Educação, a mudança tem como objetivo diminuir defasagens educacionais e preparar os estudantes para o vestibular.

Também será incluída no currículo a disciplina de educação financeira para estudantes dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

O tempo destinado ao aprendizado de língua portuguesa foi ampliado em 60% (considerando as aulas de língua portuguesa e redação e leitura) e de matemática em 70% (considerando as aulas de matemática e educação financeira). Outra demanda atendida da rede foi reinclusão das aulas de física, geografia e história na 3ª série do Ensino Médio, com duas aulas de cada matéria na última etapa do Ensino Médio", disse a pasta em nota.

E ainda de acordo com a secretaria, as aulas eletivas serão trabalhadas de maneira transversal, adequando-se à trilha escolhida pelos estudantes.

As disciplinas de artes, filosofia, sociologia e tecnologia e robótica, que passam a ter duas aulas no Ensino Médio, serão aprimoradas na matriz curricular dos itinerários formativos. Ou seja, estudantes que optarem pela área de Humanas, terão quatro aulas de arte e mídias digitais e outras quatro aulas de filosofia e sociedade moderna. As aulas de robótica serão inseridas no itinerário formativo de Exatas, com oito aulas complementares de tecnologia e robótica".

Nos anos finais do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano, os estudantes passarão a ter duas aulas semanais de orientação de estudos também com o objetivo de recuperar defasagens.

Carga horária de língua portuguesa: 

Carga horária de matemática:

Física, geografia e história de voltam à 3ª série do Ensino Médio

As disciplinas de física, geografia e história serão reinseridas à matriz curricular da 3ª série do Ensino Médio com duas aulas na semana para cada disciplina, em resposta à demanda de estudantes e professores da rede.

Até 2023, essas três disciplinas não estavam contempladas na matriz curricular da 3ª série do Ensino Médio.

E por que o Ensino Médio mudou de novo?

O Novo Ensino Médio, apresentado em 2016 pelo governo de Michel Temer por medida provisória, dividiu a carga horária em duas partes: uma obrigatória, chamada Formação Geral Básica, com 60% da carga horária total dos três anos dessa etapa, e outra chamada de Itinerários Formativos, ou seja, uma formação específica que cada estudante poderia escolher, a partir de opções oferecidas pelas escolas, onde cada estado poderia definir como oferecer essas disciplinas.

São Paulo foi uma das primeiras redes estaduais a aprovar um currículo de itinerários formativos e implementar esse projeto a partir de 2021, ampliando a carga horária da parte optativa ao longo da etapa e oferecendo 11 itinerários formativos mesclando áreas do conhecimento, além de um itinerário de ensino técnico com 12 opções de cursos diferentes.

Em 2023, os primeiros estudantes do Novo Ensino Médio chegaram ao último ano com a maior parte da grade horária com disciplinas que eles consideravam superficiais e distantes do conteúdo que teriam que estudar para o vestibular.

Os protestos contra a nova política levaram o Ministério da Educação a lançar uma consulta pública entre abril e o início de julho.

Feder, assim que assumiu a pasta, já havia anunciado que estudaria medidas para reduzir a quantidade de itinerários.

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