43,9% dos estudantes com Fies em Campinas estão inadimplentes há mais de 90 dias, aponta FNDE

Dos 26,6 mil contratos firmados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) por instituições de ensino de Campinas (SP), 11,7 mil estão em inadimplentes há

43,9% dos estudantes com Fies em Campinas estão inadimplentes há mais de 90 dias, aponta FNDE -

Redação Publicado em 08/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 08h06

Dos 26,6 mil contratos firmados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) por instituições de ensino de Campinas (SP), 11,7 mil estão em inadimplentes há mais de 90 dias, o que representa 43,9% do total. Os dados são do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação, que abriu nesta segunda-feira (7) um programa de renegociação com descontos que variam de 12% a 92% da dívida.

Conforme os dados do FNDE, 87,4% dos contratos firmados pelo Fies em Campinas estão, atualmente, em processo de pagamento. Confira as estatísticas:

Quem tem contrato com a caixa, pode consultar se tem direito a renegociação pela internet. Já quem tem o contrato no banco do brasil pode renegociar pelo aplicativo ou site do banco e tem a opção de ir presencialmente em uma agência também.

“É uma oportunidade para as pessoas que estão com o CPF restrito e que nesse momento, procurando uma das instituições do Banco do Brasil e da Caixa Econômica poderão já ter o nome limpo no pagamento da primeira prestação”, avalia o economista Caio Katayama.

O refinanciamento foi autorizado por meio de uma medida provisória, mas o projeto que consolida a medida foi encaminhado para avaliação do Congresso, onde a estimativa para análise e votação é de até 120 dias.

“Quem aderir a essa renegociação nesse período [até votação no Congresso], nada sofrerá. Ou seja, tudo aquilo que foi proposto na medida provisória e os estudantes aderirem eles não serão reformados. É lógico que a partir dessa medida sendo aprovada pelo Congresso e Senado e as novas mudanças entrarem em vigor, aí valerão as novas regras. Então, é importante aqueles que se encontram nesse momento [inadimplentes] já buscarem essas instituições para aproveitarem essa oportunidade”, alerta Katayama.

Veja as regras para renegociação do Fies

1 – Quem pode renegociar as dívidas do Fies?

Estudantes que formalizaram contrato de financiamento até 2017 e estão com mais de 90 dias de atraso no pagamento das parcelas.

2 – A partir de quando poderá ser feita a renegociação?

Segundo o MEC, a renegociação das dívidas começou nesta segunda-feira (7) e segue até o dia 31 de agosto de 2022.

3 – Quais são os percentuais de desconto?

Estudantes com atraso superior a 360 dias:

Estudantes com atraso superior a 90 dias:

Segundo o MEC, para ter o nome retirado dos cadastros restritivos de crédito, os estudantes deverão pagar o valor da entrada no ato da renegociação, correspondente à primeira parcela. O valor mínimo da prestação é R$ 200.

4 – É possível saber se tem direito à renegociação e de quanto será o desconto?

Sim. O estudante pode fazer simulações da renegociação com o banco com o qual possui o contrato do Fies.

Renegociação na Caixa

Renegociação no Banco do Brasil

5 – As regras poderão ser alteradas?

Por se tratar de uma medida provisória, ela tem validade imediata. No entanto, para virar lei em definitivo, ela precisa passar pelo Legislativo em até 120 dias. Durante a tramitação, deputados e senadores podem fazer alterações nas regras, mas, caso isso ocorra, os estudantes que já tiverem feito a renegociação com as regras da MP não serão afetados.

6- O que acontecerá com quem renegociar a dívida, mas não pagar as novas parcelas?

Nesse caso, haverá, como penalidades, as seguintes cobranças:

7 – Quantos estudantes estão endividados?

Segundo o MEC, dos 2,6 milhões de contratos ativos formalizados até 2017 em todo o país, mais de 2 milhões estão na fase de amortização, com saldo devedor de R$ 87,2 bilhões. Destes, mais de 1 milhão de estudantes estão inadimplentes, com mais de 90 dias de atraso no pagamento. Isso representa uma taxa de 51,7% de inadimplência, segundo o governo, e soma R$ 9 bilhões em prestações não pagas.

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G1

FNDE FIES SPDIÁRIO

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