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Usuários de drogas deixam a Cracolândia e se espalham pelo Centro de SP

Os usuários de drogas que ocupam normalmente a Cracolândia saíram da região e se espalharam por outras ruas do Centro, até a Praça Princesa Isabel. Segundo a

Usuários de drogas deixam a Cracolândia e se espalham pelo Centro de SP
Usuários de drogas deixam a Cracolândia e se espalham pelo Centro de SP

Redação Publicado em 22/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h28


Os usuários de drogas que ocupam normalmente a Cracolândia saíram da região e se espalharam por outras ruas do Centro, até a Praça Princesa Isabel. Segundo a Prefeitura, a mudança é resultado de ações conjuntas entre Prefeitura e estado para urbanização da área.

Frequentadores da região, como passageiros que desembarcam na estação Júlio Prestes da Linha 8 da CPTM, acostumados com a quantidade de usuários de drogas na região, não entenderam a mudança repentina.

A região da Cracolândia sempre foi um desafio nas áreas da saúde, assistência social e segurança pública. Há pelo menos três décadas as autoridades públicas discutem medidas para acabar com o fluxo.

Segundo a Polícia Civil, a primeira apreensão de crack na região da Luz foi em 1991. Desde então, governadores e prefeitos lançaram inúmeros e diferentes programas pra atender os usuários de drogas, além de operações policiais, sem sucesso.

Em maio de 2017, uma ação envolvendo mais 900 agentes das polícias civil e militar retirou a população de rua que ficava na área. Então prefeito da capital, João Doria (PSBD), atual governador do estado, disse a Cracolândia tinha acabado.

Só que a Cracolândia não acabou e continuou como um ponto de venda e de consumo de drogas. Porém, no último final de semana, os frequentadores sumiram. A rua Helvétia, centro da Cracolândia, amanheceu vazia.

Usuários de drogas se espalham no Centro — Foto: TV Globo

Usuários de drogas se espalham no Centro — Foto: TV Globo

Padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, no Centro da cidade, ficou surpreso com o “desaparecimento” dos usuários da região.

“Não ficou claro até agora o que foi que aconteceu. Parece que foi um passe de mágica. Aconteceram tantas operações militares, com a GCM, com a Polícia Civil, de repente, sem a presença de ninguém deles, todos desapareceram. Então está sendo difícil localizar os que estavam em tratamento, os que tinham procedimentos marcados, os que tinham consulta… e a própria relação humana: onde eles estão?”, questiona o padre.

Próximo da área será inaugurado em breve o futuro Hospital Pérola Byington. No último sábado (19), Doria visitou o prédio, que só deve começar a funcionar no final do ano.

O secretário executivo de projetos estratégicos da Prefeitura de São Paulo, Alexis Vargas, disse que a mudança na Cracolândia e a migração dos usuários é resultado do programa Redenção da Prefeitura, que atende dependentes químicos, oferecendo serviços de saúde e de assistência social, e de operações policiais que afastaram o tráfico da região.

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G1
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